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Para voar como os pássaros






Engenheiros do Canadá fabricaram um avião movido a propulsão humana e munido de asas flexíveis, como as das aves.

Equipamento foi idealizado por Leonardo da Vinci no século 15.

Silvia Pacheco.

Não é de hoje que o homem sonha em voar como os pássaros. A mitologoia grega já contava a história Dédalo, o artesão que confeccionou asas de cera e penas para que ele e o filho, Ícaro, fugissem da Ilha de Creta, onde estavam presos. Dos mitos à realidade, foi Leonardo da Vinci, em 1485, quem primeiro elaborou um equipamento que, movido pela força do piloto, bateria as asas e conduziria o homem pelos ares. Batizada de ornitóptero (ver quadro), a máquina pensada pelo gênio italiano tornou-se uma obsessão de inventores e engenheiros de todo o mundo, que ao longo da história tentaram criar um ornitóptero que de fato funcionasse.

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Snowbird, pilotado por Todd Reichert, levanta voo: feito inédito na história da aviação

Foto: Michael Campbell/Divulgação


O feito foi alcançado, finalmente, mais de cinco séculos depois do sonho de da Vinci. Um grupo de estudantes da Universidade de Toronto, no Canadá, realizou o primeiro voo em uma aeronave acionada apenas pela força humana e que voa batendo as asas. Pilotado pelo engenheiro Todd Reichert, o avião, batizado de Snowbird, manteve-se no ar por 19,3 segundos, cobrindo uma distância de 145m, a uma velocidade média de 25,6km/h. A façanha foi realizada em agosto passado, sendo oficializada pela Federação Internacional de Aeronáutica (FAI) no mês passado.

´O SnowBird representa a concretização de um antigo sonho aeronáutico`, afirmou Reichert, que só não se manteve no ar por mais tempo porque ficou sem forças nas pernas para continuar pedalando. ´Ao longo da história, incontáveis homens e mulheres sonharam em voar como um pássaro com suas próprias forças, e centenas, senão milhares, tentaram alcançar esse sonho. Esse é um dos últimos feitos da aviação que ainda não haviam sido conquistados`, completou.

Construído a partir de tubos de fibras de carbono, madeira e espuma, o Snowbird tem uma envergadura de 32m - próxima a de um Boeing 737. Para mantê-lo leve, os engenheiros não construíram mecanismos de decolagem. Ao invés disso, um carro de reboque ajudou a levantar o aparelho, puxando-o por um cabo. Uma vez no ar, Reichert assumiu a propulsão, usando seus pés. ´É como se fosse uma bicicleta que necessita das forças das minhas pernas para se locomover`, disse o piloto.

O diferencial da aeronave está nas asas, que para serem flexíveis e baterem como as de um pássaro, possui articulações fixas, como dobradiças. ´As pontas das asas flexíveis permitem que a força aerodinâmica atue quando a asa sobe. Isso faz com que o piloto não precise colocar mais força para que elas desçam`, explica o engenheiro estrutural Cameron Robterson, que participou do projeto. Para deixar a aeronave ainda mais leve, foi preciso fazer um último ajuste: a redução de peso do piloto. Reichert precisou perder 8kg e treinou como um atleta ciclista durante um verão, para ganhar força física.

Evidentemente, o SnowBird não é um método prático de transporte. Segundo Reichert, um dos objetivos do projeto era inspirar as pessoas a usarem a força de seu corpo e a criatividade da mente. ´Queríamos envolver os alunos em um projeto prático de engenharia e, ao mesmo tempo, promover a eficiência, a sustentabilidade e o uso de energia humana como meio de reduzir o impacto da sociedade sobre o meio ambiente`, afirmou Reichert. O projeto do ornitóptero começou no verão de 2006 e contou com a participação de estudantes de graduação e pós-graduação em engenharia. Para supervisioná-los, foi formado um conselho de engenheiros aeroespaciais. Como colaboração de destaque, o designer holandês Derk Thys trouxe para o projeto mais de 20 anos de experiência no desenho de mecanismos eficientes de remo, que foram utilizados no Snowbird para a transmissão de potência do piloto para as asas.

Fonte: DIÁRIO DE PERNAMBUCO, via NOTIMP




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