MTA não presta mais serviços aos Correios
Estatal cancela dois últimos contratos com empresa aérea envolvida em escândalo da Casa Civil
Fábio Fabrini
Envolvida  no escândalo de tráfico de influência na Casa Civil, a Master Top  Linhas Aéreas (MTA) não presta mais serviços aos Correios. A estatal  rescindiu os dois últimos contratos com a empresa por abandono das  linhas de transporte de cargas postais. Imersa numa crise financeira  antevista há 11 meses pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) -  que mesmo assim deu aval para sua operação -, a cargueira não voa desde  27 de setembro, o que obriga o governo a contratar substitutas, a preços  mais altos.
Os detalhes do cancelamento estavam sendo acertados ontem por dirigentes  dos Correios, que calculavam o valor de multas à MTA, fora eventual  ressarcimento por prejuízos. O presidente da estatal, David José de  Matos, disse que a empresa foi notificada da abertura de processos  administrativos para apurar a interrupção de serviços, mas não  apresentou justificativas para manter a operação.
O advogado da MTA, Marcos Pagliaro, explicou que, com a crise na  Casa Civil, a empresa perdeu crédito com bancos e ficou sem capital para  operar. Teve de demitir funcionários e renegociar com fornecedores.
- Uma empresa que passou pelo sufocamento que passou tem de fazer isso.  Um dia de operação para os Correios consumia R$240 mil de combustível.  Você opera 30 dias para receber em 49. Imagine o capital necessário -  disse Pagliaro.
Ele negou que a cargueira fechará as portas ou retirará seus  aviões do país. Os planos são concentrar as atividades no mercado  privado, mantendo-se longe de negócios com o governo.
Parecer da ANAC apontava, em novembro de 2009, risco de  descontinuidade do serviço da MTA por problemas de gestão e  endividamento. Mesmo assim, a agência renovou a concessão, que só teria  saído graças à influência de Israel Guerra, filho da ex-ministra Erenice  Guerra.
Fonte: JORNAL O GLOBO, via NOTIMP

















