|

Equador: Governo começa a punir policiais






Quatro dias após motim policial, o presidente Rafael Correa toma medidas contra suspeitos de envolvimento na rebelião que deixou dez mortos no país

O governo do Equador adotou ontem várias medidas contra suspeitos de envolvimento no motim de policiais durante o qual o presidente Rafael Correa foi ferido e ficou sitiado em um hospital na quinta-feira. No total, dez pessoas morreram e 200 ficaram feridas na confusão. Também ontem, a ministra de Coordenação de Política Econômica do Equador, Katiusha King, afirmou que o governo manterá e aprofundará suas políticas de reformas econômicas.

O ministro do Interior, Gustavo Jalkh, informou que entre as ações tomadas como resultado do motim está a retirada das armas da unidade de motociclistas da polícia. Os homens do Regimento Quito, origem do motim, foram redistribuídos em várias unidades, como medida preventiva. Vários oficiais tiveram alteradas suas responsabilidades: já não comandam grupos, disse. Também foram abertos processos administrativos por má conduta em tribunais de disciplina.

O procurador-geral do Equador, Washington Pesántez, afirmou que os policiais amotinados serão punidos conforme o Código Penal. Esse é um delito não policial, é um delito comum. Vamos investigar a conspiração, quem sabe planejada fora dos quartéis da polícia e que tentou usar membros da instituição policial.

A Lei do Serviço Público, que provocou a rebelião, entrou em vigência ontem. Junto a essa norma, entraram em vigência ainda o Código de Ordenamento Territorial e a Lei de Educação Superior, a qual provocou protestos de estudantes e professores universitários.

Na quinta-feira, policiais do principal quartel da cidade, o Regimento Quito, agrediram o presidente quando ele tentou encerrar o protesto contra a lei que reduz os benefícios trabalhistas e pagamentos de bônus a policiais, militares e outras categorias de funcionários públicos. Após sofrer uma agressão, que incluiu uma bomba de gás lacrimogêneo perto de sua cabeça, Correa foi retirado para o Hospital da Polícia de Quito, onde permaneceu confinado durante várias horas, até militares leais tomarem a instalação e, em meio a um tiroteio, retirarem o líder.

Aumento

Ainda ontem, Correa, aumentou os salários de policiais e militares de quatro patentes, de acordo com ministro da Defesa, Javier Ponce. O aumento faz parte de uma homologação salarial que estava pendente desde 2008 e será aplicado de forma retroativa a janeiro deste ano.

Ponce negou qualquer relação entre o aumento e a rebelião. É lamentável que as datas tenham coincidido, mas o tema já estava definido anteriormente, garantiu.

EUA rechaçam acusação de incitar motim

A acusação dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, de que os Estados Unidos estiveram por trás do levante policial no Equador não tem valor. A afirmação foi feita ontem pelo porta-voz americano para a América Latina, Charles Luoma-Overstreet.

Chávez e Evo denunciaram, no fim de semana, que os EUA de estariam por trás do levante da polícia contra o presidente equatoriano, Rafael Correa. O líder venezuelano acusou o governo americano de utilizar o velho expediente dos golpes de Estado contra governos que não se subordinam. Já o presidente boliviano afirmou que os Estados Unidos intervieram em quatro tentativas de golpes de Estado na América Latina desde 2002, a última delas no Equador.

Os EUA, assim como outras nações do continente e em outras regiões, criticaram os distúrbios, expressaram seu total apoio às instituições democráticas do Equador e ao presidente Correa e chamaram os equatorianos ao diálogo, disse Luoma-Overstreet. Os Estados Unidos mantêm tensas relações com Venezuela e Bolívia.

Fonte: JORNAL DO COMMERCIO, via NOTIMP




Receba as Últimas Notícias por e-mail, RSS,
Twitter ou Facebook


Entre aqui o seu endereço de e-mail:

___

Assine o RSS feed

Siga-nos no e

Dúvidas? Clique aqui




◄ Compartilhe esta notícia!

Bookmark and Share






Publicidade






Recently Added

Recently Commented