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Bimotor cai na Serra do Curral e mata pai e filho





Avião se chocou com a montanha no início da manhã desta sexta-feira (26), quando o local estava encoberto por forte neblina

Elemara Duarte e Flórence Couto

O choque de um avião bimotor Cessna 310, prefixo PT-OID, a cinco metros do topo da Serra do Curral, na manhã desta sexta-feira (26), provocou a morte do piloto, Tanus Sales, 76 anos, e do filho dele, Rafael Tanus Pascoal Sales, 27, que também tinha brevê para pilotar. De acordo com bombeiros que fizeram o resgate dos corpos, no momento do acidente havia muita neblina no local, o que poderia ser um dos motivos da queda da aeronave. A colisão aconteceu na área da Mina de Águas Claras, no terreno da mineradora Vale, no município de Nova Lima, mas, com o impacto e a explosão da aeronave, os corpos foram arremessados para o outro lado da serra, no Parque das Mangabeiras. A Aeronáutica ainda não sabe quem pilotava o bimotor no momento do acidente. Porém, amigos das vítimas disseram que ambos tinham ampla experiência de voo e que, por causa disso, o sobrenome “Tanus” era muito respeitado no meio da aviação.

Na portaria da Vale, o comandante do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Miguel Novaes Borges, que atuava na equipe de buscas, informou que as vítimas ficaram irreconhecíveis e que por meio de um documento encontrado nos destroços do avião é que um dos pilotos, o Rafael, pôde ser identificado. “Um vigia da Vale percebeu que uma aeronave sobrevoava em baixa altitude na região e, logo em seguida, escutou um estrondo e acionou os bombeiros”, disse Borges.

De difícil acesso e ainda sob a neblina densa da manhã, o local em que aconteceu o acidente precisou ser vistoriado diversas vezes pelos helicópteros da Polícia Militar e dos Bombeiros, até que os destroços fossem encontrados. De acordo com os bombeiros, partes do avião foram encontradas em um raio de quase três quilômetros.

Por causa das dificuldades para o acesso, a perícia da Polícia Civil e da Aeronáutica começou a ser feita apenas no início da tarde desta sexta-feira (26). Os restos mortais dos pilotos precisaram ser içados do local por um helicóptero e levados até o estacionamento da Praça das Águas, no Parque das Mangabeiras, de onde foram encaminhados para o Instituto Médico-Legal (IML).

As primeiras informações dos bombeiros davam conta de que o avião teria saído de Belo Horizonte, seguido para Leopoldina, na Zona da Mata, e voltado para a capital, onde pousaria no Aeroporto da Pampulha. Porém, segundo informações que teriam sido passadas aos bombeiros, via telefone, por outro filho de Tanus, Marcelo, o avião teria saído de Goianá, na mesma região, feito um pouso de emergência em Leopoldina, devido à pouca visibilidade, e depois seguido para a capital.

Uma das possibilidades de pouso seria o Aeródromo de Leopoldina. Porém, segundo o responsável pela pista do local, Antônio Régis Neto, desde a última quarta-feira a pista não faz operações. “Eu conheço o Tanus, mas há muito tempo que ele não aparece por aqui”, garantiu.

Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o avião decolou de Belo Horizonte às 6h27 desta sexta (26), com destino a Leopoldina, mas o órgão não tem o horário da decolagem naquele município da Zona da Mata, mas que, segundo a Aeronáutica, o último contato do piloto com o controlador de voo teria ocorrido às 8h19.
Ainda na sexta (26), a Aeronáutica enviou equipes ao local para iniciar a investigação sobre o acidente. Segundo a Anac, a aeronave estava apta a voar e com toda a documentação em dia.

“Mesmo com mais de 30 anos de experiência como piloto de aviões, o pai de Rafael estava fazendo curso para piloto de helicóptero”, observou um amigo das vítimas, o desenhista publicitário Alexandre Diniz, que estava presente na portaria da Vale para acompanhar o desenvolvimento do resgate dos corpos. Segundo ele, a família Tanus ainda não tinha passado por acidente algum relacionado com aviões.

O avião que se acidentou ficava no Pátio Norte do Aeroporto da Pampulha e sempre era usado pelos membros da família Tanus. “O avião era da família. Os dois filhos de Tanus tinham licença para voar”, lembrou o proprietário de um dos hangares do aeroporto, Chamone Júnior. Ele disse que Tanus Sales era aposentado, mas não soube informar qual atividade profissional ele exercia atualmente.

Depois do resgate dos corpos, um outro amigo da família, colega de trabalho de Rafael, o piloto Josué Martins Fontana, compareceu parque, para reconhecer os corpos. Emocionado, Fontana lembrou da afinidade da família com as aeronaves. “O Rafael convive com esse meio desde a infância. Ele trabalhava junto comigo como piloto particular do Supermercado BH”, afirmou. Segundo o piloto, as vítimas também teriam sido proprietárias de uma empresa de táxi aéreo, que levava o nome “Tanus Táxi Aéreo”. As perícias da aeronave e dos corpos devem sair dentro de 40 dias.

Fonte: Hoje em Dia, via NOTIMP





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