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Rio: Traficantes sabiam há uma semana









Polícia avisou que iria ocupar no domingo os nove morros do centro da cidade.

Governo estuda implantar três unidades pacificadoras na região em curto prazo.

Renata Mariz.

Ao justificar o fato de a operação de ontem em favelas de Catumbi, Santa Teresa e Estácio, três bairros do centro do Rio de Janeiro, ter sido divulgada com uma semana de antecedência, o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, destacou a preocupação com os moradores. “Prefiro que os traficantes saiam (das comunidades) a entrar à custa da vida de um inocente”, disse Beltrame, durante entrevista coletiva após a ocupação de nove morros. Ele explicou que a estratégia foi decidida pelo governador Sérgio Cabral porque o objetivo da ação se restringe à retomada das áreas controladas por traficantes armados, como forma de enfraquecê-los, inclusive no aspecto econômico. Entusiasmado com o resultado da operação, Beltrame informou que três Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) serão implantadas no local em breve, mas não fechou um prazo. O modelo, segundo o secretário, pode ser exportado para outros estados.

“As polícias Civil e Militar do Rio se organizaram e conseguiram fazer essa ocupação. Essa luta é do cidadão de bem contra o crime, ela não é da Secretaria de Segurança, da Polícia Federal ou do Ministério da Defesa, ela é uma luta brasileira. E eu tenho certeza que daqui nós podemos levar essas ações para outros estados, e quem sabe diminuir índices de criminalidade em todo o país”, sugeriu Beltrame. As autoridades estimam que as três UPPs que servirão às áreas ocupadas ontem devem entrar em funcionamento ainda neste ano. A ação, conforme explicou o secretário, foi postergada por algumas semanas devido à tragédia na região serrana do Rio, onde mais de 800 pessoas morreram por causa das chuvas em janeiro. Segundo ele, com todos os batalhões da Polícia Militar e delegacias especializadas da Polícia Civil nas áreas afetadas, só agora foi possível cumprir o plano de ocupação das nove favelas.

A ordem, a partir de hoje, é deixar policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Choque (BPChoque) e do Batalhão Florestal na área, fazendo varreduras e patrulhamento. Beltrame se comprometeu a não abandonar as comunidades e continuar as prisões de traficantes que fugiram. “Centenas de pessoas foram presas depois da ocupação do Alemão, que fora de seus redutos ficam mais vulneráveis. Nem todos têm onde se abrigar. Estamos atentos a essa movimentação”, disse o secretário, ao destacar que não vai recuperar 30 ou 40 anos de abandono do Rio em quatro ou cinco anos.

Enfermaria clandestina


Entre as três prisões feitas ontem durante a operação, a que mais chamou a atenção da polícia foi a de um alemão trajado como médico que atendia em uma sala de aula, no Morro da Mineira, transformada numa espécie de ambulatório. De posse de instrumentos cirúrgicos, medicamentos e material de primeiros socorros, o alemão contou à polícia que é paramédico, mas não concluiu os estudos de medicina em seus país. Com o visto de turista vencido desde 2007, ele foi encaminhado para a Polícia Federal. A suspeita é de que o local era uma enfermaria para atendimento de traficantes feridos em confrontos com a polícia. A outra hipótese é de que fosse apenas para a comunidade. De qualquer forma, de acordo com o coronel da PM Aristeu Leonardo, a atividade era ilegal. Também foi encontrado um caderno com a movimentação do suposto ambulatório, receituários e atestados médicos. Os outros presos na ação foram um menor e um foragido da Justiça.

Beira-Mar em Mossoró

Fernando da Costa, traficante mais conhecido como Fernandinho Beira-Mar, foi transferido, ao lado de mais cinco detentos, do presídio federal de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná, para uma unidade semelhante em Mossoró, no Rio Grande do Norte. A transferência, ocorrida no sábado, faz parte de um sistema de rodízio submetido ao criminoso desde 2006. Ele foi levado para a penitenciária no Rio Grande do Norte, com capacidade de abrigar 208 homens, por um avião da Força Aérea Brasileira fretado pela Polícia Federal. Considerado um dos mais perigosos bandidos do país, Beira-Mar já passou por presídios de diversos estados, inclusive o Complexo da Papuda, em Brasília.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE / NOTIMP


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