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Obama superstar. Eles estão chegando









Como está sendo preparada pelos Estados Unidos a visita do presidente americano e de sua família ao Brasil e por que o evento deve se tornar uma grande festa.

Claudio Dantas Sequeira.

Há muito tempo os Estados Unidos são criticados por negligenciar as relações bilaterais com o Brasil. Por isso mesmo a visita do presidente Barack Obama daqui a um mês está sendo tratada na Casa Branca como uma oportunidade histórica para mudar essa imagem. Obama quer recuperar o tempo perdido, já que levou mais de dois anos para realizar sua viagem ao País. Virá com a mulher, Michelle Obama, e as filhas, Sasha e Malia, e promete transformar sua estada de dois dias num show de diplomacia. Além de firmar acordos para facilitar investimentos, de olho na Copa de 2014 e na Olimpíadas de 2016, o americano quer visitar uma favela do Rio e discursar para um público de ao menos 100 mil pessoas. Como o Maracanã está fechado, o evento deverá ocorrer na praia e contar com estrutura digna das estrelas pop. Tradução simultânea e som de altíssima qualidade devem fazer parte do show, que certamente será transmitido para toda a América do Sul.

Na terça-feira 15, a presidente Dilma Rousseff conversou sobre detalhes da visita com o chanceler Antonio Patriota. “Ela quer seguir à risca o protocolo diplomático, pois está preocupada com o tamanho da comitiva presidencial”, diz uma fonte do Palácio do Planalto. Até a sexta-feira 18, o Itamaraty já tinha contabilizado mil pedidos de vistos de integrantes da comitiva e de jornalistas estrangeiros. Como ocorreu com George W. Bush, a visita de Obama será num fim de semana, nos dias 19 e 20 de março. Primeiro ele desembarcará em Brasília, onde será recebido no Palácio do Planalto com honras de chefe de Estado, em cerimônia com desfile dos Dragões da Independência, salva de canhões e tapete vermelho. Para garantir a segurança, a Polícia Federal e as Forças Armadas preparam uma verdadeira operação de guerra, com a mobilização de até quatro mil pessoas, inclusive um destacamento especial de 500 homens só para cuidar da proteção da família Obama. Dias antes da chegada da comitiva oficial, é uma central de comunicações. Com o presidente, Washington enviará dois aviões com militares e agentes secretos, helicópteros, jipes, três limusines idênticas – para despistar possíveis ataques – e at secretária Hillary Clinton, o secretário de Comércio, Timothy Gartner, e o secretário de Defesa, Robert Gates, além de centenas de funcionários administrativos e diplomatas.

A visita terá também um apelo sentimental. Ele e a família visitarão o morro do Chapéu Mangueira, no Leme, na orla do Rio, para conhecer uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). É que o presidente americano sempre ouviu sua mãe, a antropóloga Ann Dunham, falar da favela que serviu de locação para o filme “Orfeu do Carnaval”, que tem trilha sonora de Vinicius de Moraes e Tom Jobim. Em sua autobiografia “A Origem dos Meus Sonhos”, Obama fala que a cultura negra retratada na obra do diretor francês Marcel Camus impactou Ann de tal forma que meses depois ela conheceu e se apaixonou pelo queniano Barack Hussein Obama I, o pai do presidente americano.

Além de um jantar no Itamaraty, Obama participará de um almoço com empresários. Serão discutidos temas globais, como a reforma do sistema financeiro, a criação de taxa sobre transações financeiras e de marcos legais para a especulação sobre o comércio de commodities. Para o CEO da Câmara Americana de Comércio, Luiz Gabriel Rico, o encontro entre Dilma e Obama será um momento único para as relações bilaterais: “A visita vai acelerar acordos e negociações.” Dilma e Obama deverão assinar uma parceria estratégica, que compreende uma dezena de acordos. Um deles é o Tifa (Trade and Investment Framework Agreement), que define a troca obrigatória de informações em investimento e comércio. Para facilitar o investimento em infraestrutura, os dois presidentes também vão tratar do fim da bitributação. O ex-embaixador Roberto Abdenur vê a visita como sinal do crescente interesse dos EUA por uma relação “mais positiva” com o Brasil.

Fonte: REVISTA ISTO É / NOTIMP



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