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Cumbica usará robôs em estacionamento









André Borges.

A Infraero vai fazer a primeira concessão para a iniciativa privada de parte da estrutura do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP). Essa concessão, no entanto, não está relacionada à gestão de pistas ou terminais do principal "hub" de transporte Aéreo da América Latina. O que o governo vai passar para as mãos de uma empresa é a concessão do estacionamento de veículos do aeroporto, um projeto inédito e que, até o fim deste ano, deverá ser estendido para os aeroportos de Brasília, Porto Alegre e Santos Dumont, no Rio. O Valor teve acesso ao plano já elaborado para Cumbica.

De acordo com o plano da Infraero, o estacionamento do aeroporto de Guarulhos, que hoje tem capacidade de 2.948 vagas distribuídas numa área de 129,4 mil metros quadrados, será ocupado por dezenas de pequenos prédios de até seis andares. Esses prédios, montados de forma modular, serão equipados com um tipo de piso móvel.

Por meio de elevadores e um sistema de armazenamento automatizado, robôs farão a alocação de veículos, sem intervenção humana. Ao retirar o tíquete na entrada do estacionamento, o usuário colocará o carro sobre uma rampa, que se encarregará de guardar o veículo no prédio. Na hora da saída, bastará inserir o bilhete na máquina. Em no máximo três minutos, prevê a Infraero, o carro será entregue ao usuário.

A Infraero deve publicar amanhã o edital para a contratação da empresa que irá construir e operar essa estrutura. Trata-se de projeto caro. A estimativa é de que toda a obra custe R$ 200 milhões. Os prédios entrarão em operação assim que forem concluídos. O período previsto para conclusão do projeto é de três anos, mas o concessionário poderá antecipar esse prazo.

Com os prédios robotizados, a capacidade do estacionamento do aeroporto de Cumbica saltará de 2,9 mil vagas para 10 mil vagas. Segundo o diretor comercial da Infraero, Geraldo Moreira Neves, Guarulhos tem uma demanda reprimida de 2 mil vagas. Para tocar as obras, a Infraero vai bloquear parcialmente a área que receberá a estrutura, mas um outro espaço fora do estacionamento deverá ser usado enquanto a construção estiver em andamento. "Vamos bloquear uma área de 460 vagas no primeiro ano, mas esse espaço vai se transformar em 2,6 mil vagas depois ", diz Neves.

Responsável por 17% de todo o tráfego Aéreo do país, atualmente Cumbica recebe a visita de cerca de 11 mil carros por dia. Desse total, 55% permanece no local por um período entre uma e duas horas. Nos horários de pico, chegam a trafegar no local 950 veículos por hora.

Segundo Neves, o novo projeto não vai aumentar o preço do estacionamento. Hoje, quem deixa o carro em Cumbica paga R$ 7,50 pela primeira hora, com valores fracionados cobrados pelas horas seguintes. Se o carro permanecer 24 horas no local, o usuário desembolsa R$ 31,50.

Em 2010, o faturamento da Infraero com o estacionamento de Guarulhos foi de R$ 46,8 milhões, média de R$ 3,9 milhões por mês. Pelo modelo de concessão, a empresa vencedora passará a dividir essa receita. A regra estabelece que a Infraero ficará com um mínimo de 50% do que entrar no caixa. Vencerá o pregão - que será realizado no modelo presencial - aquele que realizar o projeto em troca da menor participação no bolo. Pelos cálculos da estatal, o investimento do concessionário deverá se pagar em no máximo 15 anos. O período de concessão será de 20 anos.

Algumas empresas já operam no país a tecnologia de estacionamento que o governo quer implantar nos aeroportos. Entre os especialistas no setor estão Equile Parking, I-Park Solutions, Transrios e AI Parking.

A Infraero quer realizar o pregão até o fim de março. Se o cronograma não sofrer atrasos ou questionamentos jurídicos, a expectativa é que as obras comecem em maio. "Essa será a primeira experiência de várias que faremos nos estacionamentos de diversos aeroportos do país", diz Neves, da Infraero. Além dos projetos que já estão em fase avançada, também estão em estudos planos para os aeroportos de Salvador e de Viracopos, em Campinas (SP).

Da porta dos terminais de Guarulhos para dentro, a Infraero corre contra o relógio para entregar os três módulos operacionais de passageiros, uma saída provisória para tentar dar fim ao estrangulamento de Cumbica. O primeiro deles, previsto para ser concluído no próximo mês, tem capacidade para receber até 1 milhão de pessoas por ano. Paralelamente, deverão ter início nas próximas semanas as obras de terraplenagem para a construção do terceiro terminal do aeroporto, obra que será iniciada pelo Exército.

O Exército já destacou quatro engenheiros para aprofundar os estudos básicos do início da obra. A primeira etapa de serviços de terraplenagem para a construção do terminal vai movimentar 3,7 milhões de metros cúbicos de terra, sendo 1,7 milhão na escavação para o pátio de aeronaves e terminal e 2 milhões para o aterro da área.

Fonte: VALOR ECONÔMICO / NOTIMP



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