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Concursos: É hora de ter calma e estudar






Para quem busca uma chance no serviço público, as seleções para municípios e estados serão mantidas.

Tatiana Nascimento.

Rafaela Lima tomou um susto. O concurso do INSS, para o qual vem se preparando desde o ano passado, está suspenso. Não só ele, mas todos os concursos federais previstos para 2011. O governo também brecou a contratação de quem já foi aprovado. "Ainda não processei a informação", diz Rafaela, advogada de 24 anos que há menos de duas semanas estampou, toda sorridente, a capa do caderno Admite-se, do Diario. Naquele 30 de janeiro, ela falava sobre a expectativa de conseguir uma das 2,5 mil vagas da seleção do INSS, com salários de até R$ 5 mil. Agora, o discurso é outro. "Essa decisão desanima. Estou assustada."

A preocupação de Rafaela é compartilhada por milhares de concurseiros país afora, de olho nas cerca de 24 mil vagas que seriam abertas pelo Executivo. Parece o fim do mundo. Mas, para os especialistas no setor, não precisa haver desespero. Afinal, não é a primeira vez que uma medida assim é anunciada. Em janeiro de 2008, pouco depois de perder no Congresso a CPMF, o governo Lula anunciou a suspensão das seleções. "Mesmo com a decisão, aquele ano acabou sendo muito bom para os concursos", lembra Maria Thereza Sombra, diretora executiva da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac).

Ela recomenda calma aos concurseiros. Acredita que o governo não levou em consideração características importantes do serviço público federal, como o percentual de 40% de aposentadorias estimadas para 2011 e 2012. "Vai haver um estrangulamento da máquina se essas pessoas se aposentarem e ninguém for para o lugar delas." A diretora da Anpac também reforça que há concursos (INSS, Polícia Federal, por exemplo) considerados de segurança nacional. Não fazê-los iria repercutir profundamente no atendimento à população. Sobre outros adiamentos - como o do concurso para o Senado, confirmado ontem - ela adota outro tom. "Com o presidente que está aí (José Sarney), podemos esperar qualquer coisa."

O concurso do Senado era um dos mais aguardados, por conta dos salários gordos, que podiam superar R$ 20 mil. Diretor do site euvoupassar.com.br, o professor João Antonio Carvalho está menos otimista. "Aquela restrição de 2008 foi menor do que esta. O Lula gastou demais e agora o governo vai ter que segurar mesmo." Ontem, em reuniões com a ministra do planejamento, Miriam Belchior, os ministros já começaram a discutir os cortes. Entre os concursos já que teriam ido para a gaveta estão o da Previdência, do Ministério das Relações Exteriores, do Comando da Aeronáutica.

Sem desespero

Apesar de acreditar que Miriam Belchior vai mesmo cumprir a promessa de "olhar com lupa" as novas contratações, Carvalho procura tranquilizar os concurseiros. "A orientação é que a pessoa continue estudando." O princípio dele é o seguinte: já que não vai ter concurso agora, dá para se preparar melhor. "Talvez seja o caso de reformular o horário de estudo, rever um assunto que ficou esquecido. Mas é preciso estar preparado para quando o concurso vier." Tanto ele quanto Flávio Ferreira, professor do cursoIsoladas.com, chamam a atenção para os concursos estaduais e municipais. Não custa destacar que eles não foram afetados pela medida do governo federal.

Quem já fez o trabalho pesado, passou no concurso e agora espera ser chamado, precisará de paciência. E, talvez, de ajuda da Justiça. Segundo Maria Thereza Sombra, o candidato aprovado dentro do número de vagas previsto no edital poderá entrar na Justiça com um mandado de segurança para garantir a nomeação quando o prazo estiver chegando ao fim. "O direito é líquido e certo", garante a diretora executiva da Anpac, que prevê uma enxurrada de ações.

Fonte: DIÁRIO DE PERNAMBUCO / NOTIMP



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