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Argentina: Kirchner veta curso estrangeiro à polícia







Em crise com os EUA, Casa Rosada diz não querer "militarizar segurança" e cancela intercâmbio até com Brasil.

Ministra responsável pela segurança interna diz que problema é que aulas seriam dadas por militares estrangeiros.

Lucas Ferraz.

Em meio a um incidente diplomático com os EUA, o governo de Cristina Kirchner anunciou a suspensão de todos os cursos que a polícia do país teria com militares estrangeiros.

A medida foi anunciada ontem pela ministra Nilda Garré, responsável pela segurança interna. "Não vamos aprovar cursos ou seminários nos quais os instrutores sejam militares. Não vamos militarizar a segurança", disse em entrevista ao jornal "Página 12".

O anúncio foi motivado pela crise aberta com os EUA há duas semanas. Autoridades argentinas apreenderam um terço de uma carga não declarada em um voo militar americano.

O avião levava homens e equipamentos a Buenos Aires para um curso que seria ministrado na Polícia Federal, ligada à Presidência.

No material apreendido, segundo informou a Casa Rosada, havia armas e uma maleta com equipamentos de espionagem e drogas (como morfina) vencidas.

A Argentina afirmou que pode destruir todos os equipamentos, que estão sob análise da Justiça. Os EUA, que reconheceram que parte da carga não estava declarada, cobram a imediata devolução do material.

Somente neste ano, mais de cem oficiais argentinos iriam participar de cursos com militares dos EUA. Havia previsão também de intercâmbio com Forças de segurança do Brasil, Venezuela, Colômbia, Uruguai, Chile e Peru.

O governo não deixou claro se a medida também afeta as Forças Armadas, sob a responsabilidade do Ministério da Defesa.

Além da crise, a Argentina argumenta que o ensino militar não é apropriado para a polícia local, responsável pela segurança interna.

ELEIÇÃO
Desde janeiro o governo argentino vem aumentando as críticas à Casa Branca.

A primeira polêmica ocorreu no início deste mês, quando o chanceler Héctor Timerman acusou os EUA de darem "cursos de tortura", referindo-se à participação da polícia metropolitana, ligada à Prefeitura de Buenos Aires, em um treinamento do Exército americano.

Mauricio Macri, prefeito da capital e principal opositor da presidente, é pré-candidato nas eleições de outubro que vem.

Além da motivação causada pelo período pré-eleitoral, o discurso antiamericano do governo Cristina Kirchner também coincidiu com o anúncio da visita de Barack Obama pela América Latina, no próximo mês, que excluiu do giro a Argentina.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO / NOTIMP



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