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Obras em aeroportos serão insuficientes









Estudo mostra que, mesmo com ampliação de Viracopos e Guarulhos, demanda não será atendida já em 2016.

Para consultoria, construção de novo aeroporto na região metropolitana de São Paulo é necessária.

Mariana Barbosa e Agnaldo Brito.

Mesmo que o governo, via Infraero ou por meio de concessões à iniciativa privada, consiga cumprir o cronograma de obras de ampliação de Viracopos e do terceiro terminal de passageiros em Guarulhos, o ganho de capacidade não será suficiente para acomodar o crescimento da demanda por transporte aéreo em São Paulo.

Estudo da consultoria Bain & Company mostra que, já em 2016, a capacidade estará aquém da demanda. A consultoria estima movimento de 75,6 milhões de passageiros por ano em 2016, enquanto a capacidade projetada é de 68,4 milhões.

"Independentemente dos investimentos previstos para Guarulhos e Campinas, São Paulo precisa de um novo aeroporto na região metropolitana", diz André Castellini, sócio da Bain.

Nem mesmo o projeto do plano diretor de Campinas, que prevê ampliar a capacidade do aeroporto para 60 milhões a partir de 2025, conseguirá se antecipar à demanda. Para 2022, a previsão é que a demanda em São Paulo passe de 126 milhões.

"Campinas vai atender o interior. A distância do centro de São Paulo inviabiliza Viracopos como alternativa de médio prazo."

O MAIS LONGE

Levantamento feito pela consultoria com as 25 maiores cidades do mundo mostra que nenhuma é servida por um aeroporto tão distante como Viracopos é de São Paulo (90 km). A maioria dos aeroportos está situada em raio de 20 km a 40 km do centro. O mais distante é Narita, a cerca de 60 km de Tóquio.

A Azul até tem atraído passageiros de São Paulo para Campinas, mas não muitos.

A empresa não revela quantos. Diz apenas que, de um total de 16 mil passageiros transportados por dia, 2.000 chegam a Viracopos nos ônibus disponibilizados pela companhia, com saídas de São Paulo, Jundiaí, Piracicaba, Americana e Sorocaba.

INICIATIVA PRIVADA

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, já declarou que o governo deve conceder à iniciativa privada a construção e a exploração de novos aeroportos -projeto que independe dos planos de abrir o capital da Infraero na Bolsa.

Entre os projetos que devem ir para a iniciativa privada está o terceiro aeroporto da região metropolitana de São Paulo.

A Folha apurou que o projeto das construtoras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, de construir um aeroporto em Caieiras, tem o apoio da presidente Dilma Rousseff e deve sair do papel.

Os projetos de Caieiras e de ampliação de Viracopos são apresentados muitas vezes como antagônicos. A Azul acredita que a pista da Caieiras, localizada em direção perpendicular à pista de Viracopos, pode restringir a capacidade em Campinas.

Teme-se que, ao deixar Caieiras para a iniciativa privada, o governo perca o estímulo para ampliar ainda mais a capacidade de Viracopos e construir o trem de alta velocidade ligando Campinas a São Paulo e Rio.

Já os defensores do projeto de Caieiras temem que o trem-bala reduza a demanda do aeroporto.

Por trás do debate está uma disputa comercial entre TAM e Gol, simpáticas ao projeto de Caieiras, e Azul, companhia que mais se beneficiará da ampliação de Viracopos.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO / NOTIMP

Foto: Andomenda




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