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FX-2: Dúvidas no ar









Arrasta-se há mais de uma década, em velocidade de teco-teco, a licitação para escolher os novos caças da Força Aérea Brasileira.

Em 2001, o governo FHC anunciou o projeto F-X, que previa gasto de US$ 700 milhões (R$ 1,8 bilhão na época) para a compra de 12 a 24 caças. Em nome do Fome Zero, Luiz Inácio Lula da Silva suspendeu o programa em 2003, para cancelá-lo em 2005.

Nova licitação foi lançada em 2008, com requisitos totalmente distintos e a conta estimada em não menos que US$ 6 bilhões (R$ 10 bilhões), para a aquisição de 36 aviões, armas e logística. No que parecia ser a reta final, a escolha ficou entre o sueco Saab Gripen NG, o francês Rafale e o norte-americano Boeing F-18.

Foi então que, nas comemorações do Sete de Setembro de 2009, ao receber o presidente da França, Nicolas Sarkozy, Lula anunciou, para estupefação dos concorrentes e da própria Aeronáutica, a escolha do Rafale. O Palácio do Planalto recuou, mas a trapalhada política estava consumada.

O relatório técnico da Força Aérea Brasileira colocava o avião francês na última colocação. O escolhido, valessem apenas critérios objetivos estipulados pela FAB, teria sido o caça sueco.

Desde então, o que se viu foram piruetas do governo para justificar a opção pelo Rafale. A explicação seria a "parceria estratégica" com a França, fruto de um acordo, firmado em 2009, que prevê a entrega de quatro submarinos convencionais, base, estaleiro e o desenvolvimento de um modelo de propulsão nuclear, por R$ 17 bilhões.

Agora, a presidente Dilma Rousseff adiou uma vez mais a definição. Pesaram as contas públicas. De fato, não faz sentido anunciar gastos com caças quando se propõem cortes no Orçamento da ordem de R$ 40 bilhões.

O adiamento pode dar chance a uma reavaliação: afinal, por que a França deve ser a parceira estratégica do Brasil em questões militares? E por que temos que nos comprometer a comprar armamentos franceses mesmo contra o parecer técnico das Forças Armadas?

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO / NOTIMP




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