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Aeroportos: Mudanças atrasadas









Vão na direção certa, embora com atraso, as medidas em estudo pelo governo para enfrentar a precariedade e a ineficiência dos aeroportos brasileiros. Conforme noticiou-se, a presidente Dilma Rousseff -que como ministra conhecia perfeitamente as agudas deficiências do setor- pretende entregar à iniciativa privada a construção e a operação de novos terminais, abrir o capital da Infraero e diminuir a presença militar na administração do setor.

Há anos o atual modelo falha clamorosamente diante da necessidade de responder à demanda por voos. O governo estima que para melhorar a situação será preciso investir R$ 5,5 bilhões, até 2014, apenas nas 12 cidades que receberão a Copa do Mundo.

A abertura de capital da Infraero é uma oportunidade para dotá-la de recursos e também de mais transparência na gestão. Os investimentos mais vultosos, no entanto, devem provir de outras fontes. As principais empresas aéreas, por exemplo, já manifestaram interesse em construir e operar terminais em Guarulhos e Viracopos, ambos em São Paulo. É um caminho a ser seguido -desde que o edital de concessão estipule normas para garantir a concorrência nos novos equipamentos.

É também elogiável a perspectiva de desmilitarizar o controle do tráfego aéreo -resquício de outros tempos- com a criação de uma Secretaria de Aviação Civil.

Lamentável em todo esse enredo é o tempo perdido. Por ocasião do acidente aéreo em Congonhas, em 2007, a atual presidente, então na Casa Civil, manifestou-se favoravelmente à atração de capitais privados para o setor. Nada no entanto foi feito -o que em parte se explica pelo temor, de resto ridículo, de se associar ao governo petista o rótulo de "privatizante", que o PT busca sempre pespegar ao PSDB.

A aparente urgência com que a nova gestão federal se move para enfrentar os problemas (deu-se prazo de 15 dias para a redação de uma medida provisória) apenas realça a lentidão anterior. Se obtiver os esperados progressos, a presidente Dilma Rousseff não fará mais do que cumprir a obrigação de saldar uma dívida que o governo Lula deixou avolumar-se.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO / NOTIMP



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