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Aeroportos: Alvo perfeito









Para especialistas, os investimentos na área de segurança dos aeroportos podem estar errados.

Joe Sharkey, The New York Times.

Como sentir-se totalmente seguro em um lugar tão grande como um aeroporto internacional? O atentado que matou 35 pessoas anteontem, no terminal de Domodedovo, em Moscou, mostra que essa é uma tarefa cada vez mais difícil. Além disso, os aeroportos são, por definição, locais que exigem acesso relativamente livre.

Para o presidente russo Vladmir Medvedev, a culpa do ataque foi do aeroporto. Ele prometeu demitir funcionários que tenham falhado.

De acordo com peritos experientes, graves problemas de segurança têm sido negligenciados, enquanto que a maioria dos esforços e recursos vai para a procura de armas em passageiros e em pontos de controle. Porém, eles também advertem que um incidente pode levar a uma busca generalizada por soluções rápidas.

– Isso sempre acontece – disse Bruce Schneier, consultor de tecnologia de segurança, para quem não existe proteção absoluta.

Douglas R. Laird, um ex-agente do Serviço Secreto, que é a cabeça da segurança da Northwest Airlines, tem a mesma opinião.

Para ele, só a construção de novos aeroportos poderia melhorar a situação.

– Em algum momento, precisa ficar bem claro que nada é 100% seguro – afirmou.

– Com os aeroportos, se você fosse construir um novo terminal a partir do zero, com certeza, poderia fazer um trabalho melhor de antecipar certas questões ligadas a isso. Mas, ainda assim, estamos falando de áreas públicas. Não importa se é um terminal, uma estação de trem, se você permitir acesso livre, vai ter esses problemas.

Agentes à paisana vigiam os passageiros

Uma medida que poderia ter evitado o atentado em Moscou já está em vigor nos Estados Unidos. O Transportation Security Administration (TSA) usa um programa de detecção de comportamento. Funcionários à paisana se misturam à multidão procurando pessoas em atitude suspeita.

A TSA tem mais de 3 mil agentes de detecção comportamental em 161 dos cerca de 450 aeroportos comerciais dos Estados Unidos. Normalmente, eles trabalham perto de pontos de controle, mas também circulam por outras partes do terminal.

De acordo com um porta-voz da agência, Greg Soule, os passageiros podem observar “as medidas de segurança em todas as áreas dos aeroportos dos EUA, inclusive antes do ponto de verificação”.

O vice-presidente de segurança do Conselho Internacional de aeroportos da América do Norte, Christopher Bidwell, disse que os aeroportos tiveram oficiais adaptados à lei local para aumentar o efetivo agentes da TSA disfarçados e agentes federais em terminais.

– Após o ataque em Moscou, os passageiros nos Estados Unidos vão ver um aumento imediato dos controles de segurança aleatória, acima e além das medidas atualmente em vigor – disse.

Os terminais dos aeroportos operam em duas zonas: as áreas que já estão protegidas e as públicas. Desde o ataque de 11 de setembro, outros atentados têm mostrado que há problemas até mesmo em áreas seguras, com pontos de acesso mal supervisionados, bem como o credenciamento e o acompanhamento inadequado de alguns funcionários do aeroporto. Nas áreas públicas, dizem os especialistas, a detecção comportamental pode ser útil como parte de um programa de proteção, que também inclui o sistema de inteligência sofisticada.

Para a maioria dos aeroportos, a segurança física dos espaços públicos é tanto uma questão de engenharia como um processo, destaca Laird. Em lugares como a Índia, onde o transporte aéreo cresce rapidamente e aeroportos estão sendo construídos ou ampliados, novos modelos permitem mais rigor de acesso aos terminais.

Muitas vezes, as pessoas sem bilhetes ou reservas são desviadas do terminal principal.

Porém, Joe Brancatelli, o editor de JoeSentMe.com, um site para viajantes de negócios, alerta: – Eles simplesmente empurram para trás do perímetro. As pessoas ainda têm que vir para o aeroporto.

Embora a tecnologia de detecção de explosivos esteja sendo melhorada, a principal defesa é a vigilância, apesar de suas limitações.

Fonte: JORNAL DO BRASIL / NOTIMP




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