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Acomodar o Brasil






Rubem Azevedo Lima.

O país parece desintoxicar-se, aos poucos, se não de um vício, de algo que se tornara insuportável: o mito do lulismo. Lula quase sumiu da mídia, ou melhor, nela não apareceu com tiradas de mau gosto e assaques gratuitos aos que o criticam por dever de ofício. Pior para ele: seu reaparecimento deu-se em razão de três de seus malfeitos ou que os amigos ursos, viciados na bajulação, lhe impingiram.

O primeiro deles, no caso, ao apagar das luzes do governo, foi a discutível não entrega do italiano Battisti, julgado e condenado na Itália, à Justiça de seu país, depois da inexplicável entrega ao regime de Cuba de dois atletas cubanos que pediam asilo ao Brasil.

Outros malfeitos, assumidos por dois ministros, foram as férias gratuitas de Lula e seus familiares no forte do Exército, em Guarujá, com autorização de Jobim; e a concessão de passaportes diplomáticos aos filhos e netos, justificada pelo ex-ministro Amorim.

Tais mordomias e aquela incoerência mancharam a cauda quase brilhante do cometa Lula no universo de nossa política. A órbita curta, prevista para reaparição desse cometa, pode ter ficado mais longa do que previam os astrólogos cortesãos. Tanto mais que a desintoxicação referida acima traz, até agora, melhores ventos para o país respirar embora a má política ambiental ainda assassine muitos inocentes.

Por isso, o brasileiro não está totalmente satisfeito, mas se sente mais aliviado, hoje, por já não respirar os miasmas que o abafavam, dia a dia, para dominar sua mente. De qualquer modo, tal hipótese, felizmente, parece estar eliminada.

O que restou dos melhores feitos de Lula dificilmente se perderá. Já o lixo dos malfeitos tão cedo não acabará. Entre esses a praxe da conquista de apoios pela fisiologia política, da qual sua sucessora, para livrar-se, talvez deva até desratizar o ministério a fim de mudar o Brasil.

Em 83 dias, o governo Dilma chega aos 100, a partir dos quais — é o convencional — as cobranças ficam maiores. Seu dever é acomodar o país, desenvolvê-lo com democracia sem divinizações políticas inúteis e caras, nem as bobagens de Lula. Se o fizer, parabéns. Ufa!

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE / NOTIMP




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