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Setor aéreo mantém greve para amanhã









Trabalhadores e empresas não chegam a acordo salarial e paralisação está confirmada.

Outra opção é atrasar voos.

Sindicato das empresas diz confiar no "espírito profissional" dos funcionários e que eles não estão articulados.


Sofia Fernandes.

Após reunião sem consenso entre trabalhadores e empresas de aviação ontem no Ministério Público do Trabalho, está mantida para amanhã a greve do setor, que pode provocar ainda mais confusão nos aeroportos.

Os trabalhadores aeroviários (que fazem as operações em solo) exigem reajuste salarial de 13%, e os aeronautas (tripulação de voo), de 15%.

As empresas elevaram ontem sua proposta de reajuste de 6,08% para 6,58%. Os trabalhadores recusaram.

O procurador-geral do Trabalho, Otavio Brito Lopes, afirmou que as negociações continuam e que há tempo ainda para evitar a greve.

O consenso, porém, parece distante, nas propostas de reajuste e no sentimento de que a greve vai acontecer.

O sindicato das empresas saiu da reunião confiante de que os trabalhadores não estão articulados o bastante.

"Temos convicção de que não vão fazer paralisação na véspera do Natal. Temos confiança no elevado espírito profissional dos aeroviários", afirmou Odilon Junqueira, consultor do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias).

Para o secretário-geral do SNA (Sindicado Nacional dos Aeroviários), Marcelo Schmidt, há duas opções para amanhã: uma greve ou um atraso dos voos provocado pelos trabalhadores.

"A insatisfação do trabalhador aeroviário é absurda, está muito grande. Mesmo sem greve, o trabalhador da aviação vai, no mínimo, atrasar os voos nesse dia", disse".

O Ministério Público afirma que a greve é um direito constitucional e que vai intervir somente em caso de não atendimento às necessidades básicas de segurança, saúde e vida dos passageiros.

"Durante uma greve, sempre há algum tipo de prejuízo para a sociedade. Essa greve não seria uma exceção", afirmou o procurador.

Segundo o Ministério Público, aeronautas e aeroviários não têm de manter uma cota mínima em atividade.

Não há nenhuma determinação do governo para assegurar as operações aéreas. O Ministério da Defesa também não confirmou se usará algum mecanismo jurídico para impedir uma greve.

Fonte:
FOLHA DE SÃO PAULO / NOTIMP

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Greve nos aeroportos é mantida para amanhã e governo ameaça ir à Justiça

Funcionários e empresas não chegam a acordo, mas procurador considera que há espaço para negociar

Ministério vê "terrorismo" sindical

Tânia Monteiro e Eduardo Rodrigues

Após mais de três horas de reunião ontem no Ministério Público do Trabalho (MPT), aeronautas e aeroviários não chegaram a um acordo com as companhias aéreas para evitar a paralisação do setor a partir de amanhã. A situação já preocupa o governo, que considera que os sindicalistas estão fazendo "terrorismo" às vésperas do fim de ano e, por isso, ameaça acionar a Justiça e aplicar multas altíssimas.

Os aeronautas exigem um reajuste de 15% e os aeroviários, de 13%, mas a proposta apresentada pelos empresários é da correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é de 6,08%, mais meio ponto porcentual de ganho real, o que resulta em 6,58%.

De acordo com o procurador-geral do Trabalho, Otavio Brito Lopes, apesar das tentativas, ainda há um distanciamento muito grande entre os dois lados envolvidos na disputa. "Entre 6,58% e 15%, há espaço para continuar a negociação até o dia 23", afirmou. Segundo o procurador, as empresas afirmaram, na reunião, que não há mobilização suficiente dos trabalhadores para o início da greve, mas o MPT estará de plantão, observando o movimento para "garantir o atendimento das necessidades básicas e essenciais da população, que envolvem o direito à saúde, segurança e vida".

"Interesse nacional". O Ministério da Defesa está acompanhando, preocupado, o desenrolar das negociações e ameaça endurecer em caso de greve no setor por considerar que esta é "uma questão de interesse nacional". O ministro Nelson Jobim determinou que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) dobre os esforços na fiscalização das companhias aéreas e já avisou que, se houver tumulto nos aeroportos, os sindicatos receberão multas pesadas.

Para isso, o governo já tem pronta, em mãos, para ingressar na Justiça a qualquer momento, uma medida cautelar para punir os representantes sindicais das categorias. Na visão do Executivo, eles estão fazendo "terrorismo" porque sabem que os prejudicados serão terceiros. O governo quer evitar um novo caos aéreo, o que deixaria uma marca na gestão Lula justamente em seus momentos finais. O ministro da Defesa tem reiterado que é preciso garantir o direito dos passageiros de voar.

Segundo Otavio Lopes, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) mantém plantão para julgar qualquer medida cautelar que possa ser impetrada pelo governo ou por outra parte prejudicada. "É óbvio que uma greve amanhã vai causar inconveniências para a sociedade, mas há o compromisso dos trabalhadores de que a paralisação, assegurada constitucionalmente, ocorrerá dentro da normalidade."

Justificativas. O consultor do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), Odilon Junqueira, disse que a proposta de aumento salarial de 6,08% foi a "única possível", mas os empresários também propuseram antecipar um novo reajuste para maio de 2011. "Não podemos deixar a sociedade refém de uma situação como essa."

Já o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Marcelo Schmidt, disse que a proposta apresentada pelos empresários foi uma "provocação". "Estamos prontos para a greve."

"É para a segurança da sociedade. Se não houver respeito à greve, pode haver acidentes", completou o presidente do Sindicato dos Aeronautas, Gelson Dagmar Fochesato, que ressaltou que as tripulações estão "com os limites de voo esgotados".

Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO / NOTIMP

Foto: Andomenda



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