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Rio: A ocupação é permanente e irreversível









Fernando Sardenberg, comandante da Força de Pacificação no Rio.

Pedro Dantas.

Nomeado comandante da Força de Pacificação (FPaz) dos conjuntos de favelas da Penha e do Alemão, o comandante da Brigada de Infantaria Paraquedista, general de brigada Fernando Sardenberg, carioca de 52 anos, garante que "surpresas não ocorrerão". Ele comandará 800 paraquedistas e 250 homens do Batalhão de Campanha da PM por até sete meses. O militar garante ainda que afastará qualquer militar ou policial envolvido em desvio de conduta. Experiente em áreas conflagradas, Sardenberg foi um dos comandantes da Missão de Paz das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).

Como será a punição nos casos de desvios de conduta?

Tenho responsabilidade e compromisso com os moradores e com a região. Normas foram estabelecidas de urbanidade e respeito à população. Qualquer desvio de conduta será apurado e, se constatada a culpa, seja quem for, será punido. No caso do militar, ele será afastado imediatamente da missão. No caso de um policial, solicitaremos à Secretaria de Segurança o afastamento imediato do envolvido. A missão é garantir o direito de ir e vir, além de dar segurança para a população.

O que será mais difícil: ocupar a Penha ou o Alemão?

São ambientes diferentes no aspecto topo-tático. O Complexo da Penha é extrema e densamente povoado. São milhares de pessoas, becos e vielas. No entanto, surpresas não ocorrerão, pois estamos acompanhando as ações da Segurança Pública e fazendo o reconhecimento de toda a região. Estamos preparados.

Como trabalhar com uma população que não tem conhecimento das leis do Estado?

Estamos hoje (ontem) no 15.º dia de operação. Logo, 16 dias atrás a população vivia uma rotina totalmente diferente da atual. Muitas pessoas viviam de forma indireta do dinheiro gerado por atividades ilícitas. Estamos conscientes de que em algumas localidades há animosidades (contra a ocupação) e de que não seremos recebidos com tapinhas nas costas. Nossa preocupação é demonstrar que a ocupação é permanente e irreversível. Além disso, nós vamos deixar claro que os moradores serão beneficiados com a chegada de serviços do Estado.

Como evitar que se repita o ocorrido no Morro da Providência? (Em 2008, durante a ocupação militar para as obras do projeto Cimento Social, um tenente, três sargentos e sete soldados entregaram três jovens da favela aos traficantes do Morro da Mineira, em 2008. Os jovens foram torturados e mortos)

Nossa preocupação é com o comando. Já conversei com os oficiais. Eles estão preparados e deixamos definidas as regras do jogo. Nunca teremos uma fração de soldados isolada sem um oficial. Não teremos também tenente isolado com sua fração por muito tempo em uma localidade, como ocorreu na Providência. Haverá um rodízio dessas frações e os coronéis estarão rodando o tempo todo, verificando as condições de trabalho das tropas e a relação dos militares com os moradores.

Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO, via NOTIMP




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