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Rio: Exército como força de paz









O Exército vai atuar, pela primeira vez, como uma força de paz no Brasil, no Complexo do Alemão, nos moldes do que já vem fazendo no Haiti. O anúncio foi feito pelo comandante do Exército, general Enzo Peri, durante visita ontem à região ocupada pelas forças militares no último fim de semana.

O militar disse que a missão não será estranha à força, pois já é desempenhada fora do país. “Nós já fazemos ações policiais. Mas desse tipo, com essa magnitude, é a primeira”, observou.

O general Enzo destacou ainda que não teme qualquer desvio de conduta dos soldados, por conta de provocações de criminosos. “Nós estamos sempre atentos a isso tudo. O risco é inerente.”

O comandante do Exército informou que a situação de soldados que moram em comunidades e que estariam sendo ameaçados por traficantes vem sendo investigada. “Nosso trabalho de inteligência está averiguando e definindo a extensão e profundidade (das ameaças). Nós daremos a proteção necessária.”

O comandante do Comando Militar do Leste, general Adriano Pereira Junior, que acompanhou a inspeção realizada pelo comandante do Exército, afirmou que a força dispões de oito mil homens em condições de atuar no conceito de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) — policiamento urbano — e que estão prontos para reforçarem operações em outras favelas do Rio de Janeiro.

Pela manhã, a secretaria de Segurança do Rio informou que três batalhões de campanha da Polícia Militar serão instalados nos complexos da Penha e do Alemão. Os batalhões serão instalados até segunda-feira e ficam nos locais por tempo indeterminado. A intenção é que os policiais façam varreduras para encontrar suspeitos, drogas e armas. Ao todo, 250 homens de diversos batalhões farão o policiamento.

Na madrugada de quarta-feira para ontem, a Polícia Civil prendeu um homem suspeito de ser segurança de Fabiano Atanásio, o FB, em Santa Teresa. FB é acusado de comandar o tráfico de drogas no Complexo do Alemão e está foragido. De acordo com a polícia, o suspeito foi preso na casa de uma tia após denúncia anônima. Contra ele, há dois mandados.

Já os policiais militares encontraram mais uma bazuca escondida numa fossa do Areal, no complexo do Alemão, na tarde de ontem. A arma — usada pelos criminosos para destruir tanques e fortificações leves — é a segunda apreendida nos últimos dois dias.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE, via NOTIMP

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Exército vai implantar força de paz no Rio

Tropas vão ocupar a parte interna dos complexos do Alemão e da Penha, nos moldes do que fizeram no Haiti, para patrulhar e, se necessário, vasculhar casas. Data ainda será definida

Pela primeira vez na história, o Exército vai montar no país uma força de paz nos moldes das operações realizadas no Haiti. O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, confirmou que suas tropas vão ocupar a parte interna dos complexos do Alemão e da Penha. De acordo com Peri, na segunda fase de ocupação os militares vão fazer o patrulhamento e, se necessário, vasculhar casas. A Brigada Paraquedista também não ficará fixa no Complexo do Alemão. Tropas de outros estados poderão ajudar na ocupação.

O comandante do Comando Militar do Exército (CML), general Adriano Pereira Júnior, disse que, a partir da semana que vem, serão traçadas metas para que o Exército comece a ocupação do interior das comunidades. De acordo com o general, um comandante, ainda não escolhido, será designado para comandar a tropa de paz. “Nosso pessoal está preparado para esse tipo de atuação. O governador enviou um ofício ao Ministério da Defesa, que resolveu atender ao pedido. Basta agora acertar nossa estratégia e uma data para a entrada do Exército na comunidade”, informou o comandante.

O Exército ainda não divulgou, no entanto, quando a força pacificadora vai começar a atuar. Segundo o general Adriano, ainda é necessário um tempo para que o Exército faça o planejamento das ações. Mas ele acredita que não será possível implantar a força de paz antes do dia 15. Ontem, as tropas da Marinha começaram a deixar a ocupação no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro. Segundo informações dos militares, os 17 blindados saem do 16º BPM (Olaria) e voltam para o quartel da corporação em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde ficarão de sobreaviso. Caso seja necessário, os veículos vão voltar para o conjunto de favelas.

Ainda de acordo com os militares, a retirada dos blindados será feita para aliviar o tráfego no local e diminuir a exposição dos veículos.

O comandante-geral visitou rapidamente na tarde de ontem o Complexo do Alemão para conhecer o local onde o Exército deve atuar como força pacificadora. Peri está no Rio de Janeiro para receber as informações sobre a operação no local. “Estamos aqui para colaborar para a normalidade da situação. Ainda não definimos quantas pessoas vão ser utilizadas, mas o comando será militar”, disse o comandante-geral.

AMEAÇAS Sobre as as ameaças sofridas por militares no Rio de Janeiro, ele disse que, se necessário, o Exército vai dar proteção aos ameaçados. Segundo ele, as Forças Armadas têm informações de que houve ameaça. Em represália à ação no Complexo do Alemão, soldados do Exército que participam da ocupação dizem que estão sendo expulsos das favelas onde moram por traficantes ligados à facção criminosa Comando Vermelho. De acordo com soldados, pelo menos cinco deles receberam ordem de criminosos para não voltar para casa e desde sexta-feira estão acampados no quartel improvisado próximo ao Complexo do Alemão.

Fonte: ESTADO DE MINAS, via NOTIMP

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Ocupação será nos moldes da missão no Haiti

Foi o que explicou o comandante do Exército, general Enzo Peri, que visitou ontem o local onde a força monta sua base de atuação no Alemão

As favelas do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro, que até semana passada pertenciam ao tráfico, passarão a ser patrulhadas pelo Exército nos moldes do que ocorre no Haiti, com a Força de Paz das Nações Unidas capitaneada pelo Brasil. Até o preparo para evitar a contaminação da tropa será o mesmo utilizado com os homens que foram ao país, explicou ontem o comandante da força, general Enzo Martins Peri, em visita ao local onde o Exército montará a base de atuação no conjunto de favelas, em uma antiga fábrica de refrigerantes.

Será a primeira vez, após a redemocratização, que o Exército atuará nas ruas com poder de polícia. De acordo com o órgão, essa força de pacificação será empregada numa segunda etapa da operação, que pode ocorrer ainda este ano.

A primeira fase da ocupação será concluída, segundo Peri, quando o trabalho da polícia, que ainda procura por traficantes, armas e drogas, for concluído. Não há uma definição de quando isso irá ocorrer.

A previsão do governo do Rio é que o Exército fique por cerca de sete meses, até que sejam implantadas nessas favelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou autorização para a permanência da forças no Rio.

De acordo com o comando do Exército, porém, ainda faltam algumas questões legais para que o órgão possa realizar trabalho policial. Uma delas é a diretriz do Ministério da Defesa indicando os moldes da ocupação.

Hoje, os cerca de 800 militares que participam da ocupação fazem o cerco e a revista de pessoas. A partir da segunda fase, os homens do Exército subirão o morro para fazer a segurança da população com patrulhamentos.

Não está definido qual será o efetivo empregado nessa etapa. Isso dependerá, segundo Peri, das conversas entre o Exército e o governo do Rio. Pode ser algo em torno de 2 mil homens, dizem os militares.

Na visita ao Alemão, ontem, Peri, mesmo admitindo que o trabalho será nos moldes do Haiti, não quis assumir a expressão de Missão de Paz para qualificar o trabalho de seus homens na comunidade. “O governador tem falado em Força de Paz. O fato é que estamos aí para colaborar com a normalidade da situação. Recebemos uma missão e vamos devolver a paz para esta comunidade”, explicou, destacando que há diferenças entre as duas situações. “Aqui é o Brasil, lá é outro país. As regras brasileiras são diferentes”, especificou.

Segundo o general, porém, o preparo da tropa é idêntico ao dos soldados que vão para o Haiti, com a preocupação de evitar desvirtuamentos. “Tal como fazemos com os contingentes que vão para o Haiti, submetemos o efetivo a um preparo importante. O Centro de Instrução de Operações de Paz (CioPaz) entra nesta parte”, explicou.

Em Buenos Aires para participar da inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) inspirada no modelo adotado no Rio, o governador Sérgio Cabral disse ontem que a parceria com as Forças Armadas permitirá que o governo mantenha seu cronograma de instalação de UPPs. “Com essa parceria com o Ministério da Defesa, nosso planejamento de pacificação permanece inalterado”, afirmou.

Fonte: JORNAL DO COMMERCIO, via NOTIMP

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Rio: Exército será força de paz - e polícia

Lula autoriza permanência por tempo indeterminado; soldados deverão fazer patrulhamento interno, revistas e até ações noturnas

Marcelo Auler, Tânia Monteiro e Gabriela Moreira

Em visita ao local onde o Exército montará a base de atuação no Complexo do Alemão, o comandante, general Enzo Martins Peri, admitiu ontem que o trabalho será nos moldes do que ocorre no Haiti, com poderes de polícia e possibilidade até de ações noturnas. Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou a permanência das Forças Armadas no Rio e determinou o envio de pelo menos 2 mil homens.

O prazo de atuação das tropas segue indefinido.

Enzo Peri ressaltou que o Exército atuará pela primeira vez no País como força de paz. Mas a missão não será estranha à Força. "Nós já fazemos ações policiais. Mas desse tipo, com essa magnitude, é a primeira."

Os limites da ação militar ainda serão definidos, mas os militares dizem estar "preparados" para as atribuições. "O risco é inerente à missão", afirmou o general. "Teremos o apoio. A Polícia Civil estará presente.
Tudo integrado ao comando militar que teremos aqui na área", disse. Segundo o militar, quando os soldados começarem a policiar o Complexo do Alemão também farão buscas, mas com menor intensidade.

"A ideia é que faremos o patrulhamento interno. Os detalhes veremos no desenrolar das conversações. A polícia está terminando a primeira fase das ações e, eventualmente, em determinadas situações, poderia ser o caso (de militares fazerem buscas em casas). Não como agora. Será em um quadro de quase normalidade." As instalações do Exército serão montadas no terreno onde no passado funcionou uma fábrica da Coca-Cola.

Poder. Se a atuação do Exército no Alemão mantiver a mesma base jurídica da missão brasileira no Haiti, os militares ganharão um poder que nem a polícia tem no Brasil. Segundo a ONU, no país caribenho, as tropas têm o direito de entrar em residências e efetuar revistas mesmo sem mandado de busca e apreensão, além de poder atirar mesmo que não seja em legítima defesa.

A Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) é regida sob o âmbito do capítulo 7, da Carta da ONU. Isto é, as tropas militares têm o direito de usar a força para a imposição da paz. "No Haiti, os militares podem revidar com tiros, não somente como autodefesa", explica Giancarlo Summa, diretor do Centro de Informações das Nações Unidas no Brasil. Os capacetes azuis têm licença para prender. "Os militares faziam operações de polícia, entrando nas casas e favelas e efetuando prisões quando necessário. Acho muito complicado que isto aconteça aqui", sinaliza.

Os limites da atuação militar ainda serão esclarecidos em conversas entre o governador, Sérgio Cabral (PMDB) e Lula. O presidente ainda deve dizer que a permanência do Exército nos morros tem de ocorrer ao lado de investimentos, assegurando presença do Estado nos Complexos do Alemão e da Penha. Lula foi alertado por auxiliares que a simples entrada do Exército para garantir a segurança do local não permitirá que a população sinta as melhorias reais e definitivas para vida dela. Sob o risco de que o apoio da comunidade vire duras críticas, são necessárias obras e benfeitorias em larga escala. Como primeiro passo, anunciou-se ontem que Caixa e Banco do Brasil abriram agências no complexo de favelas.

Apreensões e prisão. Enquanto se discute o papel das Forças Armadas, a polícia do Rio mantém buscas na área. Ontem, encontrou-se outra parte do arsenal de armas pesadas que foram escondidas ou abandonadas pelos traficantes em fuga do Complexo do Alemão. Entre as peças, está a segunda bazuca apreendida na favela em dois dias. Dois suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas na cidade foram presos ontem - entre eles, o homem apontado como segurança pessoal de Fabiano Atanásio da Silva, o FB, chefe do tráfico no Alemão.

Ainda ontem, seis traficantes presos no complexo foram transferidos para o presídio de segurança máxima de Catanduvas (PR). Entre eles está Elizeu Felício de Souza, condenado pela morte de Tim Lopes.

Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO, via NOTIMP




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