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Medo do caos aéreo ajuda a elevar demanda por ônibus






Tarso Veloso, André Borges e Vanessa Dezem.

Com o caos, anunciado, que toma conta dos aeroportos do país, milhares de pessoas voltam-se ao transporte rodoviário. Espera-se um movimento recorde nas estradas do país. A expectativa é grande em várias capitais, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. O aumento das vendas de passagens de ônibus esperado é de 150% em Brasília e 7% em São Paulo, em relação a 2009.

Em São Paulo estima-se que 960 mil pessoas embarquem e desembarquem em três terminais rodoviários da cidade (Tietê, Barra Funda e Jabaquara) até o dia 29 de dezembro. O dia com a maior concentração de passageiros é hoje, com estimativa de 124 mil pessoas usando os terminais de ônibus. A previsão é da Socicam, empresa que, sob concessão do Metrô, administra os três terminais.

As cidades mais procuradas neste feriado, a partir de São Paulo, segundo a Socicam, são Salvador, Florianópolis, Curitiba, Rio de Janeiro, Angra dos Reis e Belo Horizonte, além de outras cidades do Sul de Minas Gerais. A Companhia de Engenharia de tráfego (CET) divulgou que cerca de 1,5 milhão de veículos devem deixar São Paulo em direção ao litoral e ao interior do Estado. De acordo com a administração da rodoviária interestadual de Brasília, a expectativa é de que, entre os dias 23 e 31 de dezembro, o número de embarques e desembarques no terminal passe de 5 mil para mais de 20 mil passageiros por dia. Os dias em que se espera o maior movimento são hoje, com 14,8 mil passageiros e dia 30, com 14,7 mil.

Além da frota normal, estão garantidos 132 ônibus extras, segundo a Socicam. Os destinos mais procurados a partir de Brasília são Goiânia (GO), Unaí (MG) e Anápolis (GO).

As empresas de ônibus se prepararam para a demanda acima do normal. A Itapemirim tem a expectativa de dobrar a quantidade de passageiros nos próximos dias. A empresa conta com 1,1 mil ônibus e mais de 360 horários diários, podendo chegar a 540 neste fim de ano. "Nossa previsão é transportar durante todo o mês de dezembro, em todo o país, aproximadamente 300 mil passageiros, cerca de 10% a mais que dezembro de 2009. Estamos ofertando amanhã cerca de 560 horários em todo o país, num total de 22 mil passageiros previstos", diz o diretor comercial da Itapemirim, José Valmir Casagrande.

"É possível admitir que haja alguma migração do setor aéreo para os ônibus em função dos problemas como os aeroportos. Temos um fator muito competitivo em relação a isso, pois os ônibus saem e chegam nos horários anunciados", disse Casagrande. "Com a greve podemos pensar em 30 mil passageiros a mais neste mês", projeta Casagrande. Antes da greve, a projeção era de 20 mil a mais.

O movimento nas rodoviárias de todo o Brasil é sempre intenso nesta época e o ano de 2010 foi ainda marcado pelo aumento de renda da população, o que estimulou a procura por passagens tanto rodoviárias, quanto aéreas.

"Há cerca de quinze dias, quando os aeronautas e aeroviários ameaçaram a greve já começamos a perceber que houve antecipação na compra das passagens. Na verdade, só esse anúncio já ajudou, se a greve aconteceria ou não, nós já nos beneficiamos", disse o diretor executivo do grupo de transporte rodoviário Auto Viação 1001, Heinz Kumm Júnior.

Segundo ele, a grade normal de viagens da empresa no trecho mais procurado, o de RJ-SP, é de 31 partidas por dia, mas no início de dezembro, a empresa geralmente amplia essa grade em 10 horários. Neste ano, depois do anúncio da greve, a demanda aumentou antes que o previsto e a companhia teve que ampliar a grade em 15 horários. "Acreditamos que as pessoas quiseram se garantir", avalia Júnior.

Somente para hoje, um dos picos de atividade, a 1001 vai abrir 94 horários neste trecho. As expectativas da companhia apontam para uma taxa de ocupação nos ônibus da linha RJ-SP que deve chegar a 96% no período que envolve o Natal e o Ano Novo. Hoje, a ocupação está no patamar de 80%, bem acima dos 65% registrados no mesmo período do ano passado. A empresa, cujas operações estão focadas nas regiões Sul e Sudeste, tem 1001 veículos em sua frota e trabalha geralmente com cerca 600 horários por dia, que podem chegar a até 1900 partidas nos picos de movimento.

No grupo de transportes Gontijo, a frota alcança 1800 veículos. Segundo informou a empresa, o número de partidas por dia já atinge o dobro das operações fora da época de pico e os veículos da companhia estão operando praticamente em sua capacidade máxima.

Ontem, os sindicatos que representam os aeronautas e aeroviários, em campanha salarial, confirmaram para hoje o início da paralisação nos aeroportos. Segundo afirmou o presidente do Sindicato dos Aeroviários de São Paulo, Reginaldo Alves de Souza, a greve é por tempo indeterminado.

Fonte: VALOR ECONÔMICO / NOTIMP




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