|

FX-2: A escolha dos caças








Rafale

Gripen

FA-18

Conduzida de maneira lenta, inábil e confusa, a escolha dos novos caças que o Brasil pretende adquirir recebe, do governo Lula, o único encaminhamento sensato a três semanas do fim do mandato: o adiamento da decisão.

Caberá a Dilma Rousseff, já como chefe de Estado, bater o martelo por um dos três modelos em disputa -o Rafale, de fabricação francesa; o F-18, construído pela americana Boeing; ou o sueco Gripen. Partiu, aliás, da presidente eleita a exigência de novas informações técnicas sobre o processo de escolha, e sua transferência para o próximo governo.

A necessária renovação da frota da Força Aérea Brasileira se arrasta desde a presidência de Fernando Henrique Cardoso. O anúncio, já sob Lula, de que o país pretendia comprar 36 novos caças, ao custo de pelo menos R$ 10 bilhões, gerou o interesse de fabricantes militares internacionais -e os atuais modelos em disputa foram pré-selecionados pelo governo brasileiro.

Desde então o processo tem sido marcado mais por movimentações políticas, gafes e incompreensíveis adiamentos do que pela análise técnica.

Com a concorrência ainda em curso, o presidente Lula chegou a anunciar a escolha do Rafale, então o mais caro da disputa, para depois recuar. A preferência do Planalto pelos caças franceses é justificada pela intenção de estabelecer uma parceria estratégica, política e militar, com Paris.

Interessa ao governo o apoio já declarado da França à inclusão do Brasil no Conselho de Segurança da ONU e uma aproximação com uma potência militar relativamente independente dos Estados Unidos. O modelo da fabricante Dassault, no entanto, ficou em terceiro e último lugar em extenso relatório produzido pela própria Aeronáutica, que dá preferência à compra do avião sueco.

É de esperar que a nova presidente tenha a oportunidade de pesar os argumentos e considerar se o critério que dá sustentação ao caça francês sobrevive a um exame técnico. E que a decisão seja tomada o mais breve possível, sem novos adiamentos.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, via NOTIMP

---

Lula vai deixar para Dilma decisão sobre caças da FAB

Alfredo Junqueira / RIO

A novela da compra dos 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) deve prosseguir durante a gestão da presidente eleita, Dilma Rousseff. Ontem, em entrevista coletiva no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que não vai decidir sobre um contrato orçado inicialmente em mais de US$ 12 bilhões a serem pagos em 10 anos faltando apenas 24 dias para o fim de seu mandato.

Segundo o presidente, o relatório técnico sobre as propostas das três empresas que participam da concorrência - a francesa Dassault, que é a favorita, a sueca Saab e a americana Boeing - deve ser concluído nos próximos dias. Para decidir, no entanto, Lula informou que pretende ouvir primeiro Dilma e o Conselho de Defesa Nacional.

"É uma questão de responsabilidade com o Brasil e com ela (Dilma). Eu não posso fazer uma dívida, para pagar nos próximos dez anos, faltando 20 dias para deixar o governo", explicou Lula. "Então, é muito melhor discutir com ela. Se ela falar "Bom, presidente, pode fazer", eu farei. Mas se ela falar "Deixa para eu fazer", eu certamente deixarei para ela fazer", concluiu o presidente.

Idas e vindas. O processo de compra dos caças se arrasta desde 1998, quando foram abertas as negociações do projeto FX, de reequipamento da Aeronáutica, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso. O procedimento foi interrompido no início do governo Lula e reiniciado com a sigla FX-2. O atual condutor do processo, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, vai permanecer no cargo durante a gestão Dilma.

Ao longo da concorrência, as três empresas participantes do processo fizeram lobby pesado, prometendo ao governo brasileiro descontos, transferência de tecnologia e até a instalação de unidades industriais em território nacional para a produção dos caças.

Os suecos ofereceram o Saab Gripen NG por US$ 6 bilhões, enquanto o americano F-18 Hornet/Boeing custaria US$ 7,7 bilhões. Apesar de apresentar a proposta mais alta, US$ 8 bilhões, os franceses e seu Rafale / Dassault são considerados os favoritos na disputa.

Em setembro do ano passado, o presidente Lula e seu colega francês, Nicolas Sarkozy, chegaram a divulgar que o Brasil havia fechado contrato com a Dassault. O anúncio provocou desconforto na FAB, que não havia terminado sua avaliação.

Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO, via NOTIMP

---

Caças ficam adiados por tempo indeterminado

Raymundo Costa | De Brasília

A pedido da presidente eleita Dilma Rousseff, a compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB foi adiada indefinidamente. "Eu poderia assinar e fazer um acordo com a França, mas não vou fazer", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista à TV Brasil. Mas ele se rendeu aos argumentos de que se trata de uma dívida grande - o negócio pode chegar até US$ 15 bilhões -, de longo prazo e que o momento fiscal brasileiro não é o mais apropriado. O governo, também por influência de Dilma, já havia antes adiado o lançamento do edital de licitação do trem-bala Rio-São Paulo.

A rigor, a decisão a ser tomada é sobre com qual empresa o Brasil vai abrir negociação, que deve demorar um ano e tratar de coisas como preço e financiamento. É mais de meio caminho andado, mas é sempre possível romper a negociação. Lula já esteve mais empenhado na compra do caça Rafale, fabricado pela empresa francesa Dassault. Esta era a opção do presidente e do Ministério da Defesa, há um ano, quando ele anunciou a compra do avião francês sem que a FAB houvesse concluído seu parecer técnico.

A partir daí o Rafale passou a sofrer o bombardeio da concorrência - era o mais caro e também dispunha de componentes norte-americanos, o que impediria a França de de cumprir a promessa de transferência total de tecnologia. Os concorrentes, basicamente a empresa sueca Saab, fabricante do Gripen, e a americana Boeing, fabricante do F-18 Super Hornet, também melhoraram suas ofertas.

O fato é que Lula estava disposto a tomar uma "decisão política", dentro de uma parceria estratégica de longo prazo com a França. Os franceses estão construindo o submarino nuclear em conjunto com a Marinha brasileira e vão fornecer 50 helicópteros para o Exército, Marinha e Aeronáutica.

Além disso, o presidente contava com o apoio da França no esforço diplomático para conseguir uma cadeira permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU e cobertura para a aproximação brasileira em relação ao Irã. Não obteve nem coisa nem outra, mas o que o impediu de decidir há mais tempo a compra dos Rafale foi a firme oposição da FAB ao negócio.

Desde o governo Fernando Henrique Cardoso a FAB tenta renovar sua frota, mas a decisão vem sofrendo sucessivos adiamentos. Os brigadeiros encontraram em Lula um presidente disposto a reaparelhar a Força Aérea - o número de caças a serem comprados pode chegar a 120, depois do lote inicial de 36 aviões -, mas a oposição da FAB levou a novo adiamento de uma decisão que poderia ter saído no fim de 2009.

Nos últimos dias, os brigadeiros já aceitavam a compra do Rafale. O que eles queriam era um caça, pois temem que Dilma se desinteresse pelo projeto de renovação da frota, que está no limite. O Ministério da Defesa diz que não há nada que justifique o temor da FAB. Aliás, Dilma e Lula podem voltar a conversar sobre o assunto ainda neste ano, embora uma decisão seja improvável, porque só agora a presidente eleita tomou conhecimento detalhado da concorrência. A situação também mudou em algumas frentes.

Em primeiro lugar há o problema fiscal, que Dilma tem revelado disposição de atacar. Além disso, Lula parece decepcionado com os parceiros franceses na diplomacia.

Fonte: VALOR ECONÔMICO, via NOTIMP




Receba as Últimas Notícias por e-mail, RSS,
Twitter ou Facebook


Entre aqui o seu endereço de e-mail:

___

Assine o RSS feed

Siga-nos no e

Dúvidas? Clique aqui




◄ Compartilhe esta notícia!

Bookmark and Share






Publicidade






Recently Added

Recently Commented