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Europa: UE culpa aeroportos por caos aéreo






Para representante do braço executivo do bloco, terminais não se adequaram para enfrentar ondas de frio.

Brasileiros relatam as horas de espera para remarcar voos e falta de informação por parte das empresas aéreas.

Trator retira neve da segunda pista de Heathrow, em Londres, que foi reaberta ontem.

Toby Melville.

Talita Bedinelli.

No quarto dia de caos aéreo na Europa, um representante da Comissão Europeia culpou os aeroportos pelos problemas, gerados, segundo ele, pelo despreparo para enfrentar ondas de frio como a que atinge o continente desde a semana passada.

Atrasos e cancelamentos têm atrapalhado os planos de viagem de milhares de pessoas dias antes do Natal.

Grande parte tem passado noites em salas de embarque e estações de trem, também afetadas pelo mau tempo.

Em comunicado, Siim Kallas, vice-presidente do braço executivo da UE e responsável por transportes, chamou a situação de "inaceitável".

Para ele, a infraestrutura aeroportuária é um "elo fraco em uma cadeia que, sob pressão, está contribuindo para severas interrupções".

Kallas disse que novas regras, que devem ser lançadas em 2011, podem incluir requisitos de "serviços mínimos" que os aeroportos devem fornecer no mau tempo.

Um dos aeroportos mais afetados ainda é o de Heathrow, em Londres. Os terminais continuavam lotados de passageiros que buscavam nas telas de computador a esperança de finalmente poder seguir para seus destinos.

A segunda pista do aeroporto, fechada desde o fim de semana, foi reaberta ontem, mas autoridades alertaram que ainda vai levar um tempo para que as operações voltem 100% ao normal. O premiê David Cameron chegou a oferecer militares para auxiliar na retirada da neve das pistas de Heathrow. A oferta foi recusada.

Ainda ontem, houve cancelamento de voos nos aeroportos de Frankfurt, na Alemanha, e de Dublin, na Irlanda. O Eurostar, trem que liga o Reino Unido à França e à Bélgica, ainda operava com velocidade reduzida.

BRASILEIROS

A manhã de ontem foi de alívio para os passageiros que chegavam da Europa no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP).

Na bagagem, eles traziam histórias de dias dormidos no chão de aeroportos, filas quilométricas para fazer check-in ou para remarcar voos e falta de auxílio por parte das companhias aéreas.

Fernando Godoy, 16, dormiu duas noites em Heathrow. A luz e o barulho só o deixaram dormir por três horas nas mais de 50 em que ele perambulou pelos corredores gélidos do aeroporto.

O voo dele, da TAM, deveria ter saído na noite de sábado, mas foi cancelado. Ele só embarcou anteontem.

"Queria sair correndo, arrancar toda a neve e tirar ele de lá. Foi muito angustiante a espera", afirmou a mãe do adolescente, Marília Godoy.

O engenheiro Francisco Sedeño, 49, procurou alternativas. Ele teve cancelado um voo que sairia de Gênova, na Itália, no sábado, para Paris, onde pegaria um voo para São Paulo no domingo.

Horas antes de tentar embarcar novamente, Sedeño viu pela internet que seu voo fora cancelado outra vez. Jogou fora as passagens da Air France e tomou um trem para Milão. De lá, embarcou na noite de segunda para SP.

"As filas para o check-in chegavam a 200 metros."

A Folha ouviu relatos de pessoas que chegaram a esperar até cinco horas dentro do avião antes de decolar.

A TAM disse ter oferecido "alimentação e hospedagem aos que estavam em Heathrow e tiveram os voos cancelados no fim de semana".

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO / NOTIMP



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