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Empresas ignoram a Anac






Mesmo com fiscais da agência reguladora nos 11 principais aeroportos do país, companhias aéreas atrasam um quinto dos voos.

Gustavo Henrique Braga.

Nem mesmo a presença mais ostensiva de agentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) nos aeroportos ontem foi suficiente para evitar transtornos aos passageiros. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), um quinto dos voos agendados até às 18h decolaram com atraso superior a 30 minutos. No Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, a demora ficou acima da média: 30,7%. Entre as companhias, a Webjet foi a menos pontual, com 33% das partidas fora do horário programado.

Os agentes da Anac percorreram os 11 principais aeroportos do país, para checar se as empresas cumprirão o acordo fechado no mês passado, para evitar o caos aéreo neste fim do ano. Entre as medidas acertadas estão a disponibilização de aeronaves reservas, o aumento das equipes de atendimento, mais equipamentos da Infraero, ocupação de todas as posições de check-in das companhias nos horários de pico e proibição de overbooking.

Ninguém acredita, porém, que tais compromissos serão seguidos à risca. Segundo os analistas, diante do alto índice de voos atrasados e cancelados desde o início deste mês, é alta a probabilidade de que o caos tome conta dos aeroportos na próxima semana, quando o movimento de passageiros aumentará expressivamente. Para piorar a situação, os sindicatos dos aeronautas e dos aeroviários garantem que será deflagrada uma greve generalizada, por tempo indeterminado, a partir de quinta-feira.

O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) aposta que a prometida greve terá baixíssima adesão dos trabalhadores, que temem a demissão, e que as atividades das companhias funcionarão normalmente neste fim ano. A entidade garante ainda que as empresas estão preparadas para o aumento de fluxo de passageiros e que não há risco de caos. Mas Jonas Okawara, analista do setor de aviação civil da Consultoria Lafis, discorda. “Os riscos de um novo apagão aéreo até o fim do ano são consideráveis”, alertou.

Gargalos
O raciocínio do especialista tomou por base as diversas pressões que ocorrem, ao mesmo tempo, sobre o setor de aviação civil brasileiro. Um dos gargalos mais graves é a escassez de mão de obra qualificada, que vai desde controladores do voo a pilotos, de maneira a envolver tanto profissionais do setor público quanto do privado. Além disso, lideranças sindicais do setor acusam a extrapolação da carga horária para os trabalhadores do setor.

Para mitigar a sobrecarga do setor aéreo, o pacote de medidas emergenciais da Anac — que vai durar até 3 de janeiro — afetará também os voos internacionais. A Polícia Federal concordou em manter tripuladas todas as posições de controle de migração (checagem de passaportes) nos horários de maior movimentação. Como alguns voos internacionais incluem escalas domésticas, as companhias aéreas terão de pedir aos passageiros que farão exclusivamente os trechos dentro do Brasil que cheguem antecipadamente aos aeroportos.

Anac terá uma equipe de 120 pessoas, entre inspetores, diretores e pessoal de apoio, nos períodos de manhã, tarde e noite em 11 aeroportos de todas as regiões do país.


LAN e TAM: GARANTIAS PARA APROVAR A FUSÃO
A companhia aérea chilena LAN está na disposta a garantir baixas tarifas na rota Santiago-São Paulo para conseguir a aprovação dos órgãos reguladores à união com a brasileira TAM, o que resultará na Latan. Segundo o controlador da LAN, Enrique Cueto, as duas empresas estão focadas em satisfazer as exigências legais após o anúncio de que se fundirão. “O único tema se dá na rota Santiago-São Paulo, na qual estamos abertos a dar todas as garantias”, disse. No Chile, a LAN enfrenta processo que a acusa de dificultar a livre concorrência. “Estamos dispostos a fazer o que for necessário para garantir que a rota tenha tarifas menores e para que haja maior oferta”, assegurou. A LAN tem unidades na Argentina, Colômbia, Chile e Peru e uma unidade de carga no Brasil. A empresa e a TAM anunciaram em agosto a intenção de criarem a maior companhia aérea da América Latina e uma das 10 maiores do mundo.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE / NOTIMP




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