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Dicas e conselhos que podem evitar transtornos em uma viagem de avião









Pessoas com doenças respiratórias podem viajar de avião? E pacientes e tripulantes acometidos de complicações cardiovasculares? Quanto tempo deve esperar o recém-nascido para embarcar em uma aeronave? Visando esclarecer essas e outras dúvidas, o Conselho Federal de Medicina (CFM) criou ,este ano, a Câmara Técnica de Medicina Aeroespacial. O objetivo é fazer com que o maior número possível de passageiros, tripulantes, pessoal de terra e profissionais de saúde tenham acesso a informações importantes relacionadas à medicina aeroespacial. As orientações do CFM baseiam-se na cartilha “Doutor, posso voar?”, elaborada pelos alunos da Liga de Medicina Aeroespacial da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

O aumento do número de passageiros e voos domésticos, o fluxo crescente de passageiros que se deslocam por via aérea em busca de tratamento médico fora de seu domicílio, além do desconhecimento dos cidadãos e até mesmo de profissionais da saúde sobre o risco de agravo das doenças durante as viagens aéreas levaram o CFM a buscar a massificação da divulgação das orientações referentes ä medicina aeroespacial. O ano de 2010, segundo estimativas do Ministério do Turismo, deve bater o recorde tanto em desembarques nacionais, que devem chegar a 65 milhões, quanto nos internacionais, que deverão alcançar a marca de 7 milhões.

“Em 2010, o Conselho criou Câmara Técnica específica para discutir questões relacionadas à Medicina Aeroespacial. Ao longo do ano, o grupo de especialistas e conselheiros se dedicou à análise da legislação da área e ao diagnóstico de problemas afeitos à saúde de passageiros, tripulantes e outros trabalhadores vinculados ao setor da aviação”, afirma Roberto Luiz d’Avila, presidente do CFM.

Dispor de informação pode evitar transtornos e garantir uma viagem sem sobressaltos. Muita gente não sabe, por exemplo, que viagens aéreas são contra-indicadas para passageiros e tripulantes com infecções ativas (pneumonia e sinusite) porque estas doenças podem alterar as respostas fisiológicas humanas habituais ao voo. Outro alerta é para as pessoas com bronquite crônica e enfisema pulmonar. Elas apresentam reduzida capacidade de oxigenar o sangue, o que pode descompensar os sintomas da doença durante o voo. Por isso, esses viajantes devem buscar orientação médica especializada antes de embarcarem para que seja determinado se há necessidade de suporte de oxigênio por ocasião do deslocamento.

Já pacientes e tripulantes acometidos de complicações cardiovasculares devem ser orientados a adiar os voos durante o período de estabilização e recuperação. Quem teve um infarto não complicado, por exemplo, segundo as orientações da Sociedade de Medicina Aeroespacial, deve aguardar de 2 a 3 semanas para viajar. Nos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), deve-se levar em consideração o estado geral do passageiro e a extensão da doença. A quem sofreu um AVC isquêmico pequeno aconselha-se observar o prazo de recuperação de 4 a 5 dias antes do embarque. Não há, entretanto, restrições quanto a marcapassos e desfibriladores implantáveis.

Outra dúvida muito recorrente é quanto as pessoas que estão pós-operadas e pacientes em recuperação. Após trauma crânio-encefálico ou qualquer procedimento neurocurúrgico, pode ocorrer aumento da pressão intracraniana durante o voo. Portanto, é preciso aguardar o tempo necessário até a confirmação da melhora do referido quadro compressivo por tomografia de crânio.

Para quem realizou uma cirurgia abdominal é contra-indicado o voo por 2 semanas, em média. O voo também pode causar dor de cabeça severa até 7 dias após a anestesia raquidural. Não há contra-indicação, no entanto, ao paciente que tomou uma anestesia geral desde que ele tenha se recuperado totalmente.
Fraturas instáveis ou não tratadas também são contra-indicações de voo. Considerando que uma pequena quantidade de ar poderá ficar retida no gesso, aqueles feitos entre 24 e 48 horas antes da viagem devem ser bi-valvulados para evitar a compressão do membro afetado por expansão normal do ar na cabine durante o voo.

Gestantes

As futuras mamães também devem se cercar de cuidados especiais. Para as gestantes recomenda-se que os voos sejam precedidos de uma consulta ao médico. As mulheres que apresentarem dores ou sangramentos antes do embarque não devem fazê-lo. A partir da 36ª semana, a gestante necessita de uma declaração do seu médico permitindo o voo. Em gestações múltiplas a declaração deve ser feita após a 32ª semana. Já a partir da 38ª semana, a gestante só pode embarcar acompanhada dos respectivos médicos responsáveis. Não há restrições de voo para a mãe no pós-parto normal, mesmo no pós-parto imediato.

No caso de um recém-nascido, é prudente que se espere pelo menos uma ou duas semanas de ávida até a viagem. Isso ajuda a determinar, com maior certeza, a ausência de doenças, congênitas ou não, que possam prejudicar a criança no voo.

O passageiro que precisar ingerir remédios no voo deve levar a medicação prescrita pelo médico em quantidade suficiente para ser utilizada durante toda a viagem. Os medicamentos devem estar sempre à mão, preferencialmente acompanhados pela receita do médico, com as dosagens e os horários que devem ser administrados. Em situações de deslocamentos que impliquem em mudança de fuso horário, o médico deve ser consultado para avaliar se há necessidade de ajustar os horários de ingestão dos medicamentos.

Uma dica importante para as pessoas mais susceptíveis a terem enjôo durante o voo é evitar a ingestão excessiva de líquidos, comida gordurosa, condimentos e refrigerantes. Recomenda-se também utilizar os assentos próximos às asas do avião por ser o local de voo menos turbulento e menos propenso a induzir náuseas e vômitos. É fundamental procurar assistência ou orientação médica antes do voo, caso o passageiro ou tripulante apresente febre alta, tremores, sangue ou muco nas fezes e vômitos que impeçam a ingestão de líquidos.

Fonte: CECOMSAER




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