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Caos com dia marcado









Greve de aeroviários e de aeronautas deve trazer de volta as longas filas nos aeroportos na quinta-feira, 23, antevéspera do Natal.

Gustavo Henrique Braga.

No que depender dos trabalhadores do setor aéreo, o caos neste fim de ano tem dia para começar: 23 de dezembro, antevéspera do Natal. Os sindicatos dos aeronautas e dos aeroviários confirmaram ontem, em assembleia, uma paralisação generalizada e por tempo indeterminado da categoria a partir da próxima quinta-feira. Os cerca de 84 mil trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 30% para os que ganham o piso, hoje na faixa de R$ 700. Já os que ganham mais querem aumento de 15% (aeronautas) e de 13% (aeroviários). Mas o sindicato patronal está disposto a oferecer apenas 6,08% de correção, o equivalente à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

A falta de bom senso entre companhias aéreas e sindicalistas era o que faltava para agravar os transtornos nos aeroportos do país. Mesmo sem greve, ontem foi o segundo dia seguido em que quase um quarto dos voos programados no país para até as 18h registraram atrasos superiores a 30 minutos, conforme dados da Infraero. Dessa vez, o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, foi o que mais testou a paciência dos passageiros, contabilizando 44,5% de partidas acima do limite de tolerância. No Aeroporto de Brasília, o índice também ficou acima da média: 33,6%. Já no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, os atrasos afetaram 26,7% das decolagens. A Gol liderou em atrasos, com 34%.

Prejuízo
Apesar de os trabalhadores do setor terem garantido que vão cruzar os braços, o Sindicado Nacional das Empresas Aéreas (Snea) disse que não trabalha com a possibilidade da paralisação. “Uma greve não levará a nada, além de prejudicar os consumidores, que nada têm a ver com a briga”, avaliou. A entidade informou também que o 13º e o salário deste mês já foram pagos com o reajuste de 6,08%.

Questionada pela reportagem sobre os procedimentos que serão adotados na paralisação, a presidente do Sindicato dos Aeroviários, Selma Balbuíno, diz que o comando de greve não informará detalhes do movimento por temer repressões. A sindicalista acusou as companhias aéreas de fazerem pressão sobre os trabalhadores, com ameaça de acionamento da Polícia Militar para reprimir a ação sindical, a exemplo do que teria ocorrido na semana passada, no Aeroporto do Galeão. “Eles (a PM do Rio de Janeiro) desceram a porrada na gente”, relembrou.

No conflito, os sindicalistas fecharam uma das vias de acesso ao Galeão, obrigando passageiros a andar quase dois quilômetros carregando as malas para não perderem os voos. Graziela Baggio, diretora do Sindicado Nacional dos Aeronautas, afirma que a única forma de impedir a greve é as companhias enviarem “uma proposta razoável” antes da próxima quinta-feira. O problema é que não há mais nenhuma rodada de negociações até lá. “Eles não nos procuraram. Mas, se o fizerem, o diálogo está aberto”, informou o Snea.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE / NOTIMP

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A volta do caos aéreo: ameaça de greve no ar

Greve para inglês ver Funcionários de empresas aéreas anunciam paralisação no dia 23, mas caos deve ficar só no papel

Jorge Lourenço

Os sindicatos dos aeroviários e dos aeronautas aprovaram, nesta semana, uma paralisação geral no setor aéreo no próximo dia 23, às vésperas das festas de fim de ano. Se fosse seguida à risca, a iniciativa causaria transtornos a 8 milhões de pessoas que devem passar pelos aeroportos brasileiros entre o Natal e o Ano Novo. Mas, ao que tudo indica, a greve não deverá funcionar na prática.

Grevistas pedem reajuste salarial de 13% para aeroviários, profissionais que exercem funções em empresas aéreas, e 15% para aeronautas, que trabalham dentro das aeronaves.
– O que me leva a acreditar que este movimento não terá sucesso é que, hoje, o que a categoria deseja não é um aumento salarial, e sim melhores condições de trabalho e a possibilidade e ter uma vida social decente – explica o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Sérgio Dias.
A descrença na greve é forte também nas companhias. O Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) deu aos seus funcionários um reajuste de 6,08%, já incorporado ao salário de dezembro, apesar da falta de acordo com os trabalhadores.
– As empresas não estão preocupadas, porque os sindicatos não têm força para mobilizar a categoria desta maneira – disse um funcionário do Snea, que pediu para não ser identificado.
Comissário da Gol, Sérgio Dias conta que o processo de otimização das principais empresas aéreas no mercado passou por cima dos direitos trabalhistas, fazendo com que os profissionais da área fossem forçados a fazer mais de 12 horas extras por semana, o máximo permitido pela legislação.
– As empresas não se organizaram – relata a diretora do Sindicato dos Aeronautas, Graziella Baggio. – Elas esperavam um aumento da demanda de 6%, mas tiveram mais de 20% .
Sobrecarga aumenta risco de acidente
Tanto aeroviários quanto aeronautas alertam que as más condições de trabalho podem acarretar riscos para eles e os passageiros. Se dizendo obrigados a atender escalas que exploram o limite de horas extras ao máximo, eles reconhecem dificuldades para lidar com o estresse.
– O estresse é um dos principais motivos que prejudicam nosso rendimento no trabalho e nossa qualidade de vida – atesta o enfermeiro Alisson Daniel Fernandes da Silva, autor de um estudo sobre a questão. – A carga excessiva de trabalho demonstra que a qualidade da assistência ficará prejudicada, por mais que este profissional seja dedicado, atencioso e tecnicamente capaz.
Para o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Sérgio Dias, a situação é pior para as mulheres que trabalham no setor.
– Culturalmente, as mulheres são acostumadas a ver os homens ficarem dias fora por conta do trabalho, mas o mesmo não vale para elas – explica o sindicalista. – Em geral, as trabalhadoras desta área têm dificuldades em manter relacionamentos.
A legislação trabalhista permite que funcionários de companhias aéreas fiquem, no máximo, quatro dias fora por viagem. Mas a sobrecarga os expõem a várias viagens seguidas.
– O que eu mais vejo entre nós é uma geração de mães culpadas pela ausência na criação dos filhos – observa a aeromoça Aline Souza.

Fonte: JORNAL DO BRASIL / NOTIMP

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Promessa de caos nos aeroportos

Aeronautas e aeroviários anunciaram que vão fazer greve na antevéspera do Natal, quando o movimento fica mais intenso nos terminais

O fim de ano promete ser de caos nos aeroportos brasileiros. Aeroviários e aeronautas de todo o País confirmaram greve em nova assembleia geral na tarde de ontem no Rio de Janeiro. A paralisação terá início no próximo dia 23, antevéspera de Natal. Os trabalhadores rejeitaram a proposta das companhias aéreas de reajuste salarial pelo INPC, de 6,08%, e reivindicam aumento de 15% para tripulantes e 13% para profissionais que atuam em solo.

“A decisão foi unânime e já estamos organizando a greve. O tempo de paralisação, os horário e os locais de concentração, no entanto, não serão divulgados para não prejudicar nossas ações”, declarou a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários e também secretária-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Selma Balbino.

“Não será a Polícia Federal nem a Infraero que irá nos impedir”, completou.

De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Fochesato, a decisão é consequência direta da radicalização das empresas em não apresentar uma contra-proposta. “Eles achavam que iríamos ficar de braços cruzados diante da situação?”, questionou Fochesato, que acha que o apagão aéreo já se instalou e as companhias querem jogar a culpa nos trabalhadores.

O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), no entanto, afirmou que não acredita na possibilidade de greve, já que as empresas estão comprometidas com os clientes para este fim de ano, e que os pilotos não vão parar. A instituição alega ainda que os maiores prejudicados serão os passageiros.

Segundo o Snea, os próximos salários de aeronautas e aeroviários, que deverão ser pagos no dia 20 de dezembro, bem como o 13º salários, já serão pagos com a correção de 6,08%, referente ao INPC acumulado em 12 meses. O sindicato declarou também que irá se reunir para fazer uma avaliação do caso.

“As autoridades deveriam também pressionar os patrões. Além dos reajustes, queremos melhores condições de trabalho, pois tudo isso envolve a segurança dos voos”, afirmou o presidente do Sindicato dos Aeroviários de Pernambuco, Luis Pedro de Lucena, que também não repassou detalhes sobre o cronograma da greve no Estado.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) garantiu que as seis maiores companhias aéreas brasileiras – TAM/Pantanal, Gol/Varig, Azul, Webjet, Avianca e Trip –, a Infraero, a Polícia Federal, a Receita Federal e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), da aeronáutica, já se comprometeram desde o mês passado “a tomar medidas visando o bom funcionamento do setor e o atendimento aos passageiros durante o período de fim de ano de 2010”.

Fonte: JORNAL DO COMMERCIO / NOTIMP

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Tripulantes de avião aderem à greve no dia 23

Tripulantes de aviões (aeronautas) aderiram ontem à greve marcada para o dia 23 pelos colegas de serviços em terra (aeroviários). A decisão foi tomada em assembleia e não foi divulgado se a paralisação será de um dia ou se ela se estenderá. "O comando de greve não autorizou a divulgação dessa informação", diz Graziella Baggio, da direção do Sindicato Nacional dos Aeronautas.

Caso a paralisação das duas categorias ocorra, será a primeira que isso acontece desde o Natal de 1985, lembra Graziella. "São as empresas que estão nos levando para a greve. Desde 1985 eu não vejo um nível de estresse tão grande entre os trabalhadores do setor", afirma a sindicalista.

Os aeronautas reivindicavam 15% de reajuste salarial e os aeroviários, 13%. O sindicato patronal ofereceu 6,08%, que é a reposição da inflação. Graziella afirma que não há mais reuniões marcadas com o Snea até o dia 23.

Antes da formalização da greve pelas duas categorias, os presidentes da TAM e da Gol, Líbano Barroso e Constantino de Oliveira Jr, respectivamente, não mostraram preocupação e se disseram confiantes com as negociações. Eles também não acreditavam em mobilização pela greve por parte de seus funcionários.

Fonte: VALOR ECONÔMICO / NOTIMP



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